Publicado em: 19/11/2024 às 10:45hs
Na 19ª Reunião de Cúpula do G20, realizada sob a presidência brasileira no Rio de Janeiro, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou a assinatura de um Memorando de Entendimento entre Brasil e Argentina como um marco estratégico para a agricultura nacional. O acordo, firmado pelo Ministério de Minas e Energia (MME), viabiliza a importação de gás natural argentino, oferecendo condições para fortalecer a produção agropecuária brasileira e reduzir sua dependência externa de insumos essenciais.
O memorando prevê a criação de um grupo de trabalho bilateral para identificar ações que viabilizem a oferta de gás natural, com foco na produção de Vaca Muerta, um dos maiores reservatórios do mundo. Inicialmente, a expectativa é de movimentação diária de 2 milhões de metros cúbicos de gás, com projeção de alcançar 30 milhões até 2030.
“Adquirir gás natural aos preços acordados com Vaca Muerta é uma garantia não só para a produção de alimentos, mas também para o combate à fome, a estabilidade inflacionária e a oferta de preços justos. Essa medida marca a retomada de políticas concretas para a produção de fertilizantes no Brasil, saindo do campo do discurso e voltando à prática”, afirmou Fávaro, durante entrevista coletiva no Museu de Arte Moderna, ao lado do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
O custo do gás natural importado da Argentina é estimado entre US$ 7 e US$ 8 milhões por BTU. Essa iniciativa ocorre em um cenário em que o Brasil importa cerca de 86% dos fertilizantes que consome. Com a ampliação do acesso ao gás argentino, o governo prevê ganhos competitivos para a agropecuária nacional, particularmente pela possibilidade de aumento na produção de fertilizantes nitrogenados.
Fávaro também ressaltou que o Brasil continua a se consolidar como um dos maiores produtores de alimentos do mundo, com foco em práticas sustentáveis e na segurança alimentar global. Ele destacou que, sob a gestão do presidente Lula, o país abriu cerca de 300 novos mercados para produtos agropecuários nos últimos dois anos.
Contudo, o ministro apontou que a dependência externa de fertilizantes ainda é um desafio significativo. “Os fertilizantes tinham deixado de ser tratados como uma matriz estratégica. Com o retorno do presidente Lula, o Brasil volta a investir na sua soberania nacional e na segurança produtiva”, concluiu.
Fonte: Portal do Agronegócio
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