Adubos e Fertilizantes

AMA Brasil Se Manifesta Contra a Proposta de Alteração na Tarifa de Importação do Nitrato de Amônio

Entidade defende que mudança acarretará aumento de custos sem benefício para a produção nacional de fertilizantes


Publicado em: 16/10/2024 às 08:00hs

AMA Brasil Se Manifesta Contra a Proposta de Alteração na Tarifa de Importação do Nitrato de Amônio

A Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil (AMA Brasil), que representa mais de 60 empresas de fertilizantes em todo o território nacional, expressou sua oposição à proposta de alteração da tarifa de importação do nitrato de amônio. Este insumo é fundamental para a agricultura brasileira, e a entidade destaca sua importância na entrega eficiente de fertilizantes ao agricultor.

Com uma logística que permite o recebimento de 91% dos produtos importados através de diferentes portos, a AMA Brasil enfatiza que apenas 9% do insumo é produzido nacionalmente. O acesso aos fertilizantes estrangeiros pelo sistema portuário brasileiro proporciona uma distribuição racional, resultando em maior agilidade e economia no processo de entrega aos agricultores.

A proposta de elevar a alíquota de importação do nitrato de amônio de zero para 15% é considerada um retrocesso pela AMA Brasil. Essa mudança representaria um aumento significativo nos custos do fertilizante, uma vez que atualmente existe apenas uma produtora nacional do nitrato de amônio, localizada em Piaçaguera (Cubatão-SP). Essa multinacional tem limitações logísticas, operando principalmente por rodovia e produzindo anualmente 416 mil toneladas, das quais apenas 35% são destinadas à fabricação de fertilizantes.

O nitrato de amônio é um fertilizante crucial para culturas como cana-de-açúcar e café. O Brasil consome anualmente cerca de 1,5 milhão de toneladas desse insumo, das quais 85% são importadas e apenas 15% são oriundas da produção nacional.

A proposta de alteração da alíquota afetará diretamente os custos das culturas agrícolas que dependem do nitrato de amônio, sem apresentar um planejamento efetivo para o aumento da produção nacional. Segundo a AMA Brasil, esse aumento de custos trará impactos econômicos negativos aos agricultores.

Vários setores do agronegócio têm se manifestado contra a medida, afirmando que, caso seja implementada, beneficiará apenas os interesses de uma produtora multinacional que contribui pouco para a agricultura nacional. Com produção superior a 3 milhões de toneladas anuais em suas unidades globais, essa empresa transferirá divisas para o exterior sem previsão de investimentos para aumentar a produção local.

Diversas entidades contrárias à alteração da alíquota têm se manifestado por meio de ofícios endereçados aos órgãos federais. Entre elas estão a AMA Brasil, o Instituto Pensar Agropecuário (IPA), que conta com 34 importantes entidades e empresas associadas, a Organização Cooperativista do Brasil (OCB), representante de 1.185 cooperativas, além de outras instituições de destaque que assinaram o manifesto em rejeição à proposta.

Fonte: Portal do Agronegócio

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