Adubos e Fertilizantes

4 Dicas para melhorar o manejo de boro nas plantas

Como identificar sintomas de deficiência e principais dicas para uma aplicação eficiente


Publicado em: 06/09/2021 às 08:20hs

4 Dicas para melhorar o manejo de boro nas plantas

O Boro é um micronutriente essencial que desempenha importantes funções nas plantas cultivadas e é considerado um nutriente limitante na maioria das regiões do País, principalmente em condições de solo arenoso e com baixo teor de matéria orgânica. Para plantas muito sensíveis à deficiência de Boro como o feijão, um bom manejo deste nutriente pode aumentar a produtividade do cultivo em até 24%. Por isso, entender as particularidades desse micronutriente é fundamental para realizar um manejo assertivo e alcançar maior rentabilidade. Pensando nisso, abordaremos informações técnicas para melhor compreensão sobre este nutriente com foco para altas produtividades. 

Funções do Boro 

Para realizar um manejo adequado, entender as principais funções desse nutriente é fundamental. As principais funções do Boro nas plantas são:

  • Atua no crescimento do tubo polínico e germinação do pólen e na síntese da parede celular; 
  • Aumenta energia da planta (ATPase) e produção e transporte de açúcares; 
  • Auxilia no manejo osmótico da planta (Absorção de água); 
  • Melhora o pegamento de flores e vagens e o crescimento vegetal; 
  • Melhora a formação da parede celular dos nódulos fixadores de nitrogênio nas raízes das plantas;   
  • Reduz níveis de substâncias tóxicas dentro das plantas causadas por danos de patógenos e insetos e os impactos ocasionados pela toxidez de alumínio às raízes dos cultivos. 

Além de entendermos melhor as funções do Boro nas plantas, é importante saber como identificar a deficiência ou excesso desse nutriente em sua lavoura.  

Como identificar deficiência e excesso de Boro?  

A identificação de deficiência ou excesso de Boro em sua lavoura deve ser realizada por meio de um conjunto de técnicas já conhecidas no dia a dia do campo, como: análise visual, análise do solo e análise de partes vegetativas (principalmente folhas).  A análise de solo e das partes vegetativas deve ser realizada periodicamente em sua lavoura, seguindo as recomendações de um laboratório especializado em análise de fertilidade de sua região. Fique atento no momento da coleta, pois é muito importante que as profundidades e número de amostras de solo realizadas em sua área representem de maneira assertiva a realidade de sua propriedade. Isso será essencial para uma boa recomendação nutricional. 

Quanto à coleta dos materiais vegetativos, é muito importante respeitar as recomendações do estádio e partes coletadas para cada cultura. 

Análise visual 

Já para a análise visual dos sintomas de deficiência ou excesso de Boro, é fundamental o monitoramento constante de sua lavoura. Neste sentido, separamos os principais sintomas de deficiência de Boro em plantas: 

  • Alteração na coloração das folhas; 
  • Abortamento floral (principalmente nas folhas do terço inferior); 
  • Acúmulo de substância nitrogenadas em partes das plantas (principalmente em folhas mais velhas); 
  • Crescimento reduzido das raízes; 
  • Deformação de frutos; 
  • Diminuição da área foliar; 
  • Diminuição da concentração de clorofila; 
  • Diminuição da resistência às infecções; 
  • Fenda em ramos, pecíolos, folhas e frutos; 
  • Redução e deformação do crescimento; 
  • Morte da gema apical.

Já o excesso de Boro geralmente ocasiona amarelecimento total das plantas, e essa clorose pode evoluir para necrose nas bordas das folhas mais velhas.   

4 Dicas para melhorar o manejo de Boro em sua lavoura 

Dica 1: Cuidado com a distribuição e disponibilidade de Boro no solo 

Devido à menor quantidade requerida de Boro pelos cultivos, a distribuição uniforme via solo acaba sendo uma tarefa bastante difícil pois o excesso de Boro em alguns pontos de sua lavoura além de ocasionar os sintomas vistos anteriormente, pode interferir na absorção e utilização de outros nutrientes, como o cálcio por exemplo. Além disso, é importante lembrarmos que a disponibilidade de Boro no solo é influenciada pelo pH e pela presença de matéria orgânica de sua lavoura. Por isso, muitos produtores têm optado por realizar a aplicação de Boro no sulco de plantio , para garantir uma melhor distribuição e evitar que grandes volumes de chuva atinjam o Boro aplicado (o que ocasionaria lixiviação). Contudo, mesmo realizando um bom manejo via solo, a aplicação de Boro foliar ainda será necessária pois o Boro é absorvido via fluxo de massa e tende a se acumular nas zonas de maior atividade fotossintética, ou seja, no terço superior da planta. 

Dica 2: Cuidado com a mobilidade de Boro em aplicações foliares 

O Boro é considerado um nutriente naturalmente imóvel via floema, deste modo quando realizamos uma aplicação foliar precisamos que este nutriente atinja todas as partes da planta, o que acaba sendo muito difícil em fases de desenvolvimento mais avançadas, onde o Boro acaba sendo mais requerido.  Por isso, quando escolher um produto para essa modalidade, opte por formulações que através do uso da tecnologia proporcionam uma maior mobilidade do nutriente na planta (translocação via floema). Assim você não apenas aplica um nutriente na planta, mas sim, nutre a planta. 

Dica 3: Siga as boas práticas da tecnologia de aplicação 

Além de trabalhar com boas formulações, você deve saber como aplicar Boro nas plantas de maneira eficiente. Para isso você deve utilizar uma boa tecnologia de aplicação, que garanta uma boa cobertura do alvo e a dose recomendada. Aplicar nas condições climáticas ideais garantirá maior eficiência da sua aplicação. 

Dica 4: Cuidado com a compatibilidade de calda 

Produtos que possuem baixo nível tecnológico empregado em suas formulações podem ocasionar diversos problemas na composição de sua calda, como:

  • Mudanças indesejadas de pH; 
  • Quelatização de outros produtos; 
  • Floculação; 
  • Formação de espuma. 

Pensando em maior produtividade de sua plantação, recomendamos o investimento em tecnologias que garantam a eficiência dos demais produtos da sua calda. 

Autor: Henrique Placido, engenheiro agrônomo da BRANDT do Brasil.