Soja

Zarc Avança no Paraná e Apoia Produtores de Soja na Adaptação às Mudanças Climáticas

Projeto-piloto de Níveis de Manejo apresenta resultados positivos no Paraná e pode ser expandido para outras regiões do Brasil


Publicado em: 11/02/2025 às 17:30hs

Zarc Avança no Paraná e Apoia Produtores de Soja na Adaptação às Mudanças Climáticas

O Brasil, maior produtor mundial de soja, deverá colher mais de 166 milhões de toneladas do grão na safra 2024/25, conforme estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). No entanto, nos últimos anos, as colheitas enfrentaram perdas de produtividade devido a secas, chuvas irregulares e temperaturas elevadas, fenômenos exacerbados pelas mudanças climáticas. Nesse cenário, o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) tem se mostrado essencial para auxiliar os produtores na mitigação dos impactos climáticos sobre a produção de soja.

Zarc: uma ferramenta em constante evolução

De acordo com José Renato Farias, pesquisador da Embrapa Soja (PR), o Zarc alcançou um nível de desenvolvimento avançado, respaldado por uma base de dados sólida. "Esse avanço proporciona aos produtores maior segurança para reduzir os efeitos das adversidades climáticas", destaca. O Zarc está em constante aprimoramento, com o mais recente avanço sendo o Zarc Níveis de Manejo (Zarc NM), uma abordagem inovadora que está sendo testada em lavouras de soja no Paraná, com resultados promissores.

O Zarc NM foca em práticas de manejo do solo, que são essenciais no momento do plantio. Tais práticas não apenas melhoram o armazenamento, a recarga e a distribuição de água no solo, mas também aumentam a profundidade das raízes, ampliando o volume de água disponível para as plantas. "Esse manejo é crucial em períodos de escassez de chuvas", ressalta Farias.

A expectativa é que o Zarc NM seja expandido para outras regiões do Brasil, beneficiando também outras culturas de grande relevância econômica, como milho e trigo.

Benefícios do Zarc NM

A maior parte da produção de soja no Brasil (cerca de 95%) é realizada em áreas de sequeiro, ou seja, sem irrigação. Para essas culturas, a água necessária para o desenvolvimento vem da precipitação pluviométrica e da disponibilidade de água no solo. Práticas adequadas de manejo podem otimizar esse recurso, garantindo mais água para as plantas.

O aprimoramento do manejo impacta positivamente nas propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, aumentando o teor de matéria orgânica, redistribuindo a água, estimulando o crescimento do sistema radicular e, consequentemente, elevando a produtividade. "Além de reduzir os riscos hídricos, o uso de melhores práticas de manejo resulta em outros benefícios, como a conservação do solo e da água, e o aumento do carbono orgânico no solo", complementa Farias.

Indicadores do Zarc NM

A avaliação do nível de manejo do solo considera diversos indicadores, estabelecidos a partir de pesquisas detalhadas e publicações científicas. Esses indicadores são fundamentais para classificar as lavouras em diferentes níveis de manejo e avaliar a qualidade do solo. Entre os principais indicadores estão: semeadura em contorno (curvas de nível), tempo sem preparo do solo, porcentagem de cobertura do solo, saturação por bases, teor de cálcio e saturação por alumínio, entre outros.

Outras práticas recomendadas

Além do manejo do solo, outras práticas também podem ajudar a reduzir os impactos das mudanças climáticas, como a utilização de cultivares tolerantes à seca, o uso de sementes de qualidade, a semeadura escalonada e o emprego de cultivares com ciclos diferenciados.

Zarc em destaque

A relevância do Zarc como ferramenta de apoio aos produtores de soja foi discutida no episódio de 13 de janeiro deste ano do programa Soja Talks, produzido pela Embrapa Soja e disponível no YouTube e Spotify. Participaram do episódio os pesquisadores José Renato Farias e José Salvador Foloni, que detalharam as aplicações do Zarc no enfrentamento dos desafios climáticos.

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias