Publicado em: 18/09/2013 às 10:30hs
Mesmo diante de uma recuperação, provocada por confirmações de uma safra abaixo do espero nos Estados Unidos, a elevação não foi suficiente para fazer com que os mato-grossenses retomassem a posição de vendedores. Dentro deste contexto, as vendas antecipadas da nova safra acumulam em percentual de comercialização o menor desempenho das últimas três safras para o período e com um agravante: com o plantio já iniciado no último final de semana.
A safra 2013/14 começa de maneira bem atípica no Estado, porque as vendas não deslancharam. Da produção estimada para este ciclo, 25,27 milhões de toneladas, 38% estavam vendidas até a virada do mês
No ano passado, quando os preços acima das médias históricas empurram os produtores para os negócios futuros, a safra tinha início com mais de 61% da estimativa vendida. Em 2011, as travas respondiam por 48% do total esperado e em 2010, eram 36,2%, conforme banco de dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Como apontam os analistas do Imea, a safra 2012/13 teve 2,35 pontos percentuais (p.p.) de aumento, encerrando o mês de agosto com 96,8% da soja comercializada, faltando ainda 755 mil toneladas, enquanto no ano passado a safra já estava toda negociada. Já da safra 2013/14, 38,5% estão vendidos, registrando uma elevação mensal de 7,25 p.p., mesmo assim atrás da safra passada, quando 61,4% da produção estavam comercializados.
Apesar da diferença anual em quase 23 p.p., os analistas chamam à atenção para o histórico dos últimos cinco anos. Nesse período a média atual corresponde à série, “a partir do mês de junho, é praticamente igual. Isso mostra que o ano passado foi atípico, pois devido à seca nos Estados Unidos, os preços ficaram atrativos, o que impulsionou as vendas”.
O Imea reforça que no mês de agosto os preços futuros internos, em Mato Grosso, tiveram uma elevação de mais de 15% na média local. Ainda assim a elevação mensal não foi muito forte, pois os produtores estavam à espera do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, sigla em inglês) da última quinta-feira, com esperança de queda na produção daquele país, em virtude da seca e consequentemente elevação nos preços, que foi o que aconteceu.
A produção por lá caiu para 85,7 milhões de toneladas, influenciada pela seca prolongada nas regiões produtoras, porém, o USDA aumentou a produção do Brasil para 88 milhões de toneladas e, desta forma, não teve grande alteração nos estoques finais, que ficaram em 71,5 milhões de toneladas e por isso não impactaram sobre os preços.
Fonte: Diário de Cuiabá
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