Soja

Uso incorreto de fungicidas pode trazer prejuízos para produtor de soja

Reaplicação de fungicidas pode indicar desembolso extra de R$ 97 por hectare no MT


Publicado em: 27/11/2012 às 15:50hs

Uso incorreto de fungicidas pode trazer prejuízos para produtor de soja

A aplicação de fungicidas contra a ferrugem asiática fora do período e na forma incorreta pode gerar prejuízos para o bolso do produtor e para a produção de soja em Mato Grosso. A falta de informação e, principalmente de técnicos preparados para o serviço, indica perda média de R$ 97 por hectare - gasto estimado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) para o uso do defensivo nas lavouras do estado.

O alerta para o uso adequado do produto ocorre em função dos focos de ferrugem asiática já identificados na safra 12/13, cujo plantio já se aproxima do fim. De acordo com o coordenador de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Wanderley Dias Guerra, o produtor precisa monitorar constantemente o desempenho da lavoura para evitar perdas.

Ele conta que esteve visitando algumas propriedades nas últimas semanas e percebeu que os produtores não estavam fazendo o controle adequando da doença. "Encontrei casos em que o fungicida ainda não tinha sido aplicado, sendo que é fundamental usar o defensivo como prevenção, ou seja, ainda na fase inicial de desenvolvimento da planta".

Além disso, ele pontua que há produtores que também aplicam o produto de forma incorreta, como fora do período ideal. "É preciso levar em conta uma série de fatores, como clima e hora do dia para a utilização do produto, do contrário, o produtor terá desperdício e problemas na lavoura". Para o coordenador do Mapa, os engenheiros agrônomos que deveriam acompanhar a aplicação do defensivo deveriam ser submetidos a uma Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).

O gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Nery Ribas, acrescenta que a evolução tecnológica aplicada no campo demanda treinamento de mão-de-obra. Ele pontua as entidades responsáveis por qualificação estão trabalhando para suprir a necessidade. No entanto, revela que os esforços não são suficientes para cobrir todo o estado.

A recomendação é, em caso de dúvidas, que o produtor procure a assistência técnica e ou consultorias para conhecer a melhor maneira de fazer a aplicação do fungicida. Ele destaca que o uso do produto deve ser feito no período de floração da planta - muito antes de aparecer o primeiro foco da ferrugem asiática. "Para isso o acompanhamento é fundamental".

Outra dica é ficar atento a forma de aplicação, ficando de olho no clima e na temperatura. "Não é aconselhável que seja feito o serviço quando há ventos, porque o produto se espalha e não atinge com eficiência a planta. Ainda é preciso considerar a temperatura, que não deve estar muito alta, e a condição do clima, que precisa ficar no meio termo entre o excesso de umidade e a estiagem", aponta Ribas.

Focos - Os cuidados para evitar a proliferação da ferrugem asiática são necessários, principalmente nesta safra em que os focos apareceram antes mesmo de terminar o plantio doa soja. De acordo com dados do Consórcio Antiferrugem apontou cinco focos no Brasil, sendo quatro em Mato Grosso: registrados em Alto Araguaia, Lucas do Rio Verde, Sapezal e Campo Novo dos Parecis. Em Santa Catarina a doença foi encontrada no município de São Carlos. Todos os casos são em soja guaxa, remanescentes da safra anterior.

Fonte: Agrodebate

◄ Leia outras notícias