Soja

Terceiro foco de ferrugem asiática foi detectado em lavoura de Sorriso/MT

Confirmações da doença em lavouras de soja de Mato Grosso têm sido praticamente diárias e colocam produtores em alerta com tempo quente e úmido


Publicado em: 06/01/2012 às 16:30hs

Terceiro foco de ferrugem asiática foi detectado em lavoura de Sorriso/MT

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), por meio dos minilabatórios espalhados em pontos estratégicos da produção estadual da soja, confirmou nesta quinta-feira (5) mais um foco da ferrugem asiática nesta safra, 2011/12. Este terceiro foco foi detectado em lavoura de Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá). O município detém a maior área plantada com o grão no mundo, são mais de 600 mil hectares anuais. Conforme o registro das ocorrências, todos os casos foram confirmados nesta semana, da última segunda-feira até ontem, ou seja, em quatro dias, três focos.

Na última segunda-feira, a Aprosoja/MT anunciou o primeiro caso da doença, registrado em lavouras comerciais de Sinop (503 quilômetros ao norte de Cuiabá). Na última quarta-feira, foi a vez da Fundação MT confirmar nova ocorrência no Estado, desta vez, em Primavera do Leste (239 quilômetros ao sul de Cuiabá). Assim como em Sinop, este último foco da ferrugem foi detectado em talhões de uma lavoura em estágio de desenvolvimento do grão (R5). Em Primavera do Leste, o fungo foi encontrado em plantas em estágio de desenvolvimento reprodutivo, ou florescimento (R2). Tradicionalmente, ao norte e ao oeste do Estado os sojicultores utilizam variedades precoces de soja, ciclo curto, para poderem fazer duas safras no mesmo ciclo. Com a antecipação da colheita da soja, a mesma área pode abrigar milho ou algodão segunda safra, por isso, a doença foi observada em estágios mais avançados de desenvolvimento. Já ao sul e sudeste, utilizam-se variedades de ciclo tardio e por isso o fungo é detectado mais cedo.

De acordo com dados do Consórcio Antiferrugem – parceria público-privada no combate à ferrugem asiática – em todo o Brasil já são 22 ocorrências da doença nesta safra. Uma no Distrito Federal, seis em Goiás, uma em Minas Gerais, três em Mato Grosso e 11 no Paraná. A ferrugem é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. A doença compromete a produtividade das plantas e traz sérias perdas econômicas ao produtor, visto que demanda mais fungicidas do que o habitual – quando se faz a prevenção ao fungo – e se colhe menos. “Em outras palavras, colhemos menos e gastamos mais”, aponta o presidente da Aprosoja/MT, Carlos Fávaro.

Em entrevista ao Diário, no início desta semana, o gerente técnico da Aprosoja/MT, Nery Ribas, frisou que apesar da antecipação do surgimento da ferrugem em cerca de 20 dias em relação ao ciclo passado, “focos da doença já eram esperados, pois além de o Estado ser endêmico em relação à ferrugem, o clima atual – quente e úmido – é altamente favorável à disseminação do fungo”.

Ribas destaca que mais do que nunca é preciso que o sojicultor, independente da região em que planta, monitorar de forma efetiva a sua lavoura. “Começamos a colher e isso faz com que o fungo se alastre com o vento. Ao menor sinal, o sojicultor deve procurar os mini-laboratórios que disponibilizamos nesta safra. Não há outra postura a ser adotada agora, a não ser caprichar no tratamento da lavoura”. Com clima típico de verão – úmido e quente – e com lavouras em estágio avançado de desenvolvimento, o período se torna propício para o surgimento e disseminação do fungo causador da ferrugem asiática. Ele destaca ainda que os esporos da doença são disseminados pelo vento. “Quando a ferrugem ataca a planta madura quase não há perdas, no entanto, esse esporo fica no ambiente e se alastra rapidamente e pode ser prejudicial para lavouras como as de Primavera, cuja doença se deu no estágio R2”.

PARCERIA - Nesta safra o projeto disponibiliza 10 mini-laboratórios, instalados nos núcleos da Aprosoja/MT, localizados nos principais municípios produtores de soja do Estado. Além disso, o sistema conta com profissionais capacitados para analisar as amostras e operar as lupas digitais (Digilab), dando suporte ao produtor rural na identificação das doenças. “Neste momento, temos um ambiente propício para a propagação do fungo causador da ferrugem asiática”, alerta Ribas. Além da ferrugem, os laboratórios também estão capacitados para monitorar outras doenças, como por exemplo, mela, mancha alvo, doenças de final de ciclo, entre outras. O projeto Antiferrugem iniciou em dezembro de 2011 e encerra em fevereiro de 2012.

Fonte: Diário de Cuiabá

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