Com perdas de até 10% nas lavouras de soja, afetadas pelas chuvas intermitentes nesta época em que a oleaginosa está sendo colhida, alguns produtores anteveem dificuldades em liquidar os empréstimos. É o caso do sojicultor Jaime Luiz Coradini, que contratou financiamento para investir no plantio de 1,7 mil hectares de soja, no município de Primavera do Leste. “Para safra 2011/2012 também fiz empréstimo, mas não tive perdas na safra passada, agora nesta já chega a 7 sacas por hectare de perda”. A situação atual é preocupante em todo o Estado, complementa o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Rui Prado.
 
Por isso, uma das reivindicações do setor ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) tem sido a adoção de uma política de seguro rural, além da ampliação e desburocratização do crédito oficial. Presidente da Famato, Rui Prado, diz que os produtores precisam aumentar a quantidade e capacidade atual dos armazéns existentes no Estado. Estima que para suprir a carência do setor seriam necessários R$ 30 bilhões, para custeio e investimento.

Conforme anunciado pelo secretário de Política Agrícola do Mapa, Neri Geller, devem ser aprovados R$ 12 bilhões para Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2013/2014. Prado diz que o crédito oficial tem a vantagem de ser mais barato para o produtor, mas que esse montante atenderia a necessidade dos produtores mato-grossenses apenas para custeio da safra. Na avaliação do gerente de Desenvolvimento do Sistema Sicredi em Mato Grosso, Danilo Vincentim, o ano de 2013 deve encerrar com crescimento na busca por crédito semelhante ao observada no último ano, como resposta à expansão da atividade agrícola sobre as áreas de pastagens. “Os agricultores são os que mais captam esses recursos, porque o ciclo da agricultura é mais curto e o retorno mais rápido”.