Soja

Soja se Recupera em Chicago Após Quedas Consecutivas

Mercado ainda enfrenta incertezas com tarifas dos EUA sobre parceiros comerciais


Publicado em: 05/03/2025 às 10:50hs

Soja se Recupera em Chicago Após Quedas Consecutivas

Após dois dias de fortes desvalorizações, os contratos futuros da soja registram alta na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (5). Por volta das 7h15 (horário de Brasília), os ganhos variavam entre 2,75 e 7,25 pontos nos contratos mais negociados. O vencimento para março era cotado a US$ 9,91 por bushel, enquanto o contrato para maio alcançava US$ 10,04 e o de julho, US$ 10,18 por bushel.

A recente queda nos preços foi impulsionada pela escalada da guerra comercial, com a imposição de tarifas pelos Estados Unidos sobre o México, o Canadá e a China. A retaliação chinesa foi imediata, conforme destacaram analistas internacionais: “A China já estava preparada para esse cenário”. Além da soja, o milho também sofreu com o peso das novas tarifas, o que pressionou ainda mais o mercado de oleaginosas. Entretanto, com a recuperação dos futuros do milho nesta quarta-feira, a soja também encontra espaço para alguma valorização.

Outro ponto de atenção dos traders é o clima na América do Sul e o progresso da safra 2024/25. No Brasil, a colheita avança de forma consistente, mas há incertezas quanto à produção no Rio Grande do Sul, onde uma nova seca pode comprometer o rendimento das lavouras. Na Argentina, previsões indicam chuvas nos próximos dias, cujos impactos sobre a safra estão sendo monitorados pelo mercado. Na CBOT, os contratos futuros do óleo e do farelo de soja também operam em alta.

Fatores que influenciam o mercado de sojaSuspensão das importações dos EUA pela China gera impacto no setor

Segundo a consultoria TF Agroeconômica, diversas notícias recentes têm afetado significativamente as cotações e as perspectivas de exportação da soja. Entre os destaques, está a venda de 20 mil toneladas métricas de óleo de soja para destinos não especificados, anunciada por exportadores privados ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Esse movimento foi considerado altista para o mercado, evidenciando a demanda global pelo produto no início do ano comercial de 2024/25, iniciado em outubro.

Apesar disso, a tendência na CBOT é de pressão sobre os preços da soja, considerada uma commodity de baixo desempenho para 2025. O analista Bryce Knorr observa que essa pressão deve continuar na Bolsa de Chicago, enquanto no Brasil, a expectativa é de elevação dos prêmios e maior demanda, o que pode favorecer os preços internos. Isso reforça um cenário contrastante entre os mercados norte-americano e brasileiro, influenciando estratégias de comercialização.

Outro fator relevante é a suspensão das importações de soja dos Estados Unidos pela China, em retaliação às tarifas impostas pelo governo Trump. Pequim cancelou licenças de importação para três empresas norte-americanas e também restringiu a entrada de produtos madeireiros dos EUA. Essa decisão impacta diretamente as exportações norte-americanas, que somaram US$ 12,8 bilhões em 2024. Para o Brasil, esse movimento pode ser positivo, com um aumento na demanda, enquanto para a CBOT, a menor participação dos EUA no mercado global tende a pressionar os preços.

Por fim, a União Europeia também tem elevado suas importações de soja, com um crescimento de 8,6% até março de 2024. Esse aumento reflete a necessidade de abastecimento da região e impulsiona as exportações, principalmente do Brasil, que se consolida como um dos principais fornecedores globais.

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias