Publicado em: 18/04/2012 às 13:30hs
Mesmo contabilizando perdas de quase 1 milhão de toneladas, entre a estimativa baseada na expansão de área e o resultado após a colheita, o Valor Bruto da Produção (VBP) aumentou em 21% sobre o observado ano passado, mesmo com um volume físico aumentado em apenas 4% em relação à produção da safra 2010/11.
Como destaca o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) em seu boletim semanal, a evolução do VBP reflete diretamente os bons preços de mercado, cotações essas que poderão compensar a queda de produtividade para àqueles produtores que tiverem a oleaginosa disponível ou que conseguiram aproveitar os bons momentos do mercado e fixaram preços. O VBP é a soma do valor das lavouras, produção multiplicada pelas cotações.
O comportamento do mercado, ascendente em pela safra, obrigou o Imea a revisar o VBP da soja e do milho que haviam sido previstos no ano passado, para o exercício 2012. No ano passado, quando o Imea apresentou pela primeira vez sua análise para o VBP das principais culturas do Estado, a projeção era de que o valor da soja 2011/12 gerasse receita de R$ 13,22 bilhões, o que representaria alta de 11,4% sobre o consolidado da safra anterior (2009/10). No entanto, a demanda pelo grão foi além do imaginado e o Imea alterou na semana passada o VBP da soja para R$ 14,4 bilhões, cifras que superam em 9% a primeira projeção.
“Mesmo com a quebra da safra de quase 1 milhão de toneladas em relação ao potencial produtivo o VBP superou o valor de todos os anos anteriores”, diz o boletim. O Instituto explica que a projeção teve como referência o valor médio comercializado de R$ 40,34 por saca. “Esse valor é tão grande que, mesmo na safra passada, quando as produtividades foram recordes e os preços atrativos, o VBP foi 21% inferior, com R$ 11,9 bilhões. Um VBP maior implica dizer que existem mais divisas para o Estado atuando como efeito multiplicador na economia, refletindo na geração de mais empregos. Tornando um ciclo de negócios próspero tanto para o produtor rural, quanto para toda a população”.
Em relação à produção, na safra 2009/10 foram colhidas 20,56 milhões de toneladas e nesta safra 21,36 milhões, incremento de 4%.
PREÇO - Comparando as médias de março do ano passado com as deste ano, a saca passou de R$ 37,02 – base Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá) – para R$ 41,99, ganho de 13%. Esticando a comparação, média dos primeiros dias de abril de 2011 ante 2012, a saca saiu de R$ 36,70 para R$ 45,50, incremento de 24%.
VENDAS – Das mais de 21 milhões de toneladas, o Imea aponta que 86% da produção estejam comercializadas de forma antecipada, restando ao produtor apenas cumprir o contrato e entregar o grão. O percentual indica que mais de 18 milhões de toneladas estão comprometidas, volume que representa praticamente 100% da soja ofertada pelo Estado na safra 2009/10. No mesmo período do ano passado 80% da produção estavam vendidos.
A safra mato-grossense teve outro diferencial nesta temporada. Com plantio antecipado no ano passado, em relação ao ciclo anterior, a colheita começou mais cedo e mais cedo Mato Grosso ofertou ao mundo os primeiros grãos da nova safra. Essa dinâmica fez com as exportações da soja atingissem níveis recordes para a série histórica mensal dos embarques. “Foram 2,4 milhões de toneladas. Como Mato Grosso foi o único com estoque de soja disponível, já que outras regiões do Brasil tiveram atraso na colheita por motivos de clima, a maioria dos países importadores buscou o produto no Estado para comprar e também devido à sua ótima qualidade”. As exportações do Brasil ficaram em 4 milhões de toneladas, e Mato Grosso teve participação de 55,9% deste total. Feito um valor médio da saca de soja de exportação, o preço atingiu R$ 52,53. O país que mais demandou soja de Mato Grosso e do Brasil foi a China com respectivamente 62,4% e 72,4% do volume exportado de soja.
Fonte: Diário de Cuiabá
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