O mercado, segundo vem sendo reforçado por analistas, está sendo guiado completamente pelos expressivamente positivos fundamentos de oferta e demanda. Mais do que isso, os preços sentem ainda a pressão positiva do confronto entre a alta velocidade da demanda e a real capacidade da oferta em atendê-la.

Após dois pregões buscando direcionamento, o mercado voltou a subir nesta quarta, com foco no clima adverso na América do Sul, principalmente sobre a falta de chuvas na Argentina e a demanda bastante aquecida por parte da China.

As lavouras argentinas continuam sofrendo com a seca e as previsões indicam que essa estiagem deve continuar nos próximos dias. As perdas, portanto, serão inevitáveis no país, já que as plantações passam agora por um momento decisivo para a produtividade, onde as chuvas são determinantes do bom desenvolvimento da cultura.

Além da Argentina, a situação climática em regiões pontuais do Brasil também preocupam. No Mato Grosso, o excesso de chuvas atrasa a colheita e, no sul do Brasil, os campos também sofrem com a falta de chuvas. Analistas afirmam que esses também são fatores de alta para os preços, uma vez que a atual oferta é bastante restrita, os estoques mundiais se encontram historicamente baixos e a demanda vem rapidamente consumindo o volume ofertado.

"A condição fundamental do mercado é insuperável e prevalece sobre toda e qualquer interpretação que não esteja de acordo com esse fundamento soberano. Estamos, neste tempo, nos aproximando do confronto entre a capacidade de atender o consumo e a capacidade de oferecer a fluidez operacional de colocar nossa safra a disposição dos mercados consumidores, o que sabidamente a logística sul-americana não será capaz de atender, no tempo e na velocidade que precisam da soja para sua utilização imediata, como pontualmente estão precisando no atual cenário do fluxo do abastecimento mundial", afirmou o consultor de mercado Liones Severo.

Sendo assim, o outro pilar de sustentação para os preços tem sido a demanda. A China, maior importador mundial de soja, continua comprando em um ritmo bastante acelerado e, no segundo semestre, deve ser ainda maior.