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Soja atinge produtividade histórica em Mato Grosso; milho mantém produção com leve recuo

Desempenho da safra 2024/25 foi impulsionado por clima favorável e investimentos; soja atinge recorde de produtividade e milho sofre impacto da estabilidade no rendimento por hectare


Publicado em: 09/04/2025 às 12:00hs

Soja atinge produtividade histórica em Mato Grosso; milho mantém produção com leve recuo

A safra 2024/25 de soja em Mato Grosso alcançou produtividade média de 66,26 sacas por hectare, o melhor desempenho já registrado na série histórica do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Com esse resultado, a produção total do Estado foi estimada em 50,34 milhões de toneladas, o que representa um crescimento de 28,91% em relação ao ciclo anterior.

De acordo com o Imea, esse avanço na produtividade — 1,46% acima da estimativa anterior e 27,04% superior à safra 2023/24 — é reflexo de condições climáticas favoráveis, com chuvas bem distribuídas, além de elevados investimentos por parte dos produtores, que impulsionaram o potencial produtivo da maioria das regiões do Estado.

A área plantada permaneceu em 12,66 milhões de hectares, um aumento de 1,47% na comparação anual. A próxima divulgação do instituto trará a consolidação da área cultivada por meio de geoprocessamento, além da primeira projeção oficial para a safra 2025/26.

Comercialização da soja

A comercialização da safra atual avançou para 58,98% da produção estimada até março, um acréscimo de 4,01 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Segundo o Imea, esse crescimento foi favorecido pelo cenário de preços mais elevados, impulsionados sobretudo pelo aumento do prêmio da soja. O preço médio negociado no mês foi de R$ 109,15 por saca, alta de 1,08% frente a fevereiro.

Para o ciclo 2025/26, as vendas antecipadas atingiram 8,10% da produção projetada, um avanço de 3,17 pontos percentuais no comparativo mensal. Esse movimento, de acordo com o Imea, está relacionado à necessidade dos produtores em garantir os custos da próxima safra.

No entanto, o preço médio negociado para a próxima temporada apresentou recuo de 0,25% frente a fevereiro, pressionado pela queda das cotações em Chicago e pela retração nos prêmios de exportação. Ao final de março, o indicador Cepea apontou R$ 132,16 por saca, queda semanal de 0,86%. Já o indicador Imea registrou leve valorização de 0,62%, fechando em R$ 108,27, enquanto o diferencial de base MT/CME caiu 4,68%, para R$ -19,16/saca.

A colheita da soja foi finalizada com 100% da área colhida. As exportações do grão somaram 4,18 milhões de toneladas em março, e o esmagamento pelas indústrias locais atingiu 1,21 milhão de toneladas no mesmo período.

Na estimativa de abril, a demanda total por soja mato-grossense foi projetada em 49,37 milhões de toneladas, representando alta de 23,89% em relação à safra anterior. As exportações seguem como principal destino, com previsão de 30,88 milhões de toneladas (+24,87%). O consumo interno estadual está estimado em 12,85 milhões de toneladas, enquanto o consumo interestadual foi elevado para 5,64 milhões de toneladas, crescimento de 131,15%, impulsionado pela quebra de safra no Rio Grande do Sul.

O estoque final de soja foi estimado em 1,08 milhão de toneladas, uma elevação expressiva de 934,68% em relação à temporada passada, refletindo o aumento da oferta.

Milho: leve recuo na produção apesar de área recorde

Para o milho, o Imea projeta uma produção de 47,05 milhões de toneladas em Mato Grosso na safra 2024/25, uma leve redução de 0,27% frente ao ciclo anterior, mesmo com uma área plantada recorde de 7,02 milhões de hectares. A produtividade média estimada é de 111,72 sacas por hectare.

Segundo o instituto, essa pequena retração na produção decorre da manutenção da produtividade, mesmo diante do avanço da área plantada. O relatório destaca que abril será decisivo para a definição do potencial produtivo, especialmente no que diz respeito às condições climáticas, temperatura e incidência de pragas.

Na comparação anual, a área cultivada aumentou 3,20%, impulsionada pela valorização dos preços. Os estoques finais, contudo, devem apresentar forte retração, com previsão de 166,64 mil toneladas, uma queda de 62,79%, reflexo da combinação entre estoque inicial reduzido, exportações mais lentas e comercialização acelerada da safra anterior, cujas vendas alcançaram 98,93% até março.

Demanda e preços do milho

A demanda interna por milho em Mato Grosso deve alcançar 16,46 milhões de toneladas, alta de 4,04% em relação à safra 2023/24, puxada principalmente pela pecuária. O consumo interestadual foi estimado em 4,80 milhões de toneladas, queda de 18,14%, enquanto as exportações foram ajustadas para 26,07 milhões de toneladas, redução de 1,24%.

A demanda total estimada para o Estado soma 47,33 milhões de toneladas, uma retração de 0,90% em comparação ao último levantamento. Com isso, o mercado se mostra mais equilibrado entre oferta e demanda, o que tende a pressionar pela recomposição dos estoques.

No mercado, a paridade de exportação para julho de 2025 registrou alta de 2,76% na última semana, acompanhando o avanço de 14,03% no prêmio portuário de Santos. O preço médio negociado da safra 2024/25 em março foi de R$ 46,65 por saca, aumento de 3,38% frente a fevereiro. Já a safra 2025/26 começou a ser negociada a R$ 43,47/saca, alta de 3,94%.

A comercialização da safra 2024/25 chegou a 41,89% da produção estimada, avanço de 4,40 pontos percentuais em relação ao mês anterior e 16,71 pontos acima da média registrada no mesmo período do ano passado. Para o ciclo 2025/26, 1,86% da produção projetada já foi comercializada antecipadamente.

Fonte: Portal do Agronegócio

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