Publicado em: 23/04/2025 às 10:45hs
A soja registra sua terceira sessão consecutiva de valorização na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (23), impulsionada por fatores tanto do mercado físico quanto do cenário macroeconômico global. As cotações da oleaginosa avançavam entre 5,75 e 7,25 pontos nos principais contratos por volta das 7h05 (horário de Brasília), com o vencimento de maio negociado a US$ 10,41 e o de agosto a US$ 10,47 por bushel. Esse movimento altista é atribuído, em grande parte, à expectativa de um possível acordo comercial entre China e Estados Unidos nos próximos meses.
Além disso, a alta dos preços reflete a perspectiva de uma nova redução na área cultivada com soja nos Estados Unidos para a temporada 2025/26. De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), já havia sido sinalizada em março uma diminuição de 4% em relação ao ciclo anterior, o que pode limitar a oferta da commodity no futuro.
Os derivados da soja também apresentavam desempenho positivo nesta sessão, com farelo e óleo em alta. O avanço da soja acompanha ainda um movimento de valorização mais amplo entre as commodities – agrícolas ou não – e os principais índices acionários internacionais, mesmo diante de uma leve alta do índice do dólar na manhã de hoje.
Entretanto, no decorrer do pregão, os ganhos perderam parte do fôlego. Por volta das 9h40, os futuros da soja apresentavam variações mais modestas, entre 1 e 3,50 pontos, com o contrato de maio cotado a US$ 10,38 e o de agosto a US$ 10,42 por bushel. Enquanto isso, os mercados de milho e trigo recuaram, e o farelo de soja perdeu força, o que contribuiu para atenuar o ímpeto altista do grão.
Outro fator que influencia o mercado é o ambiente mais calmo nos bastidores políticos e financeiros dos Estados Unidos. Após críticas recentes ao presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, o ex-presidente Donald Trump adotou um tom mais moderado, afirmando que não pretende destituí-lo – movimento que acalmou os ânimos de parte dos investidores. Como o Fed é uma instituição independente, qualquer tentativa de demissão teria que ser julgada pela Suprema Corte.
Por fim, o câmbio também está no radar. Na manhã desta quarta-feira, o dólar apresentava queda de 0,7% frente ao real, sendo negociado abaixo de R$ 5,70, o que pode beneficiar as exportações brasileiras da oleaginosa e contribuir para o otimismo no mercado internacional.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias