Com safras menores que o previsto, os estoques de grãos dos Estados Unidos recuam a níveis perigosos e só não foram zerados no relatório divulgado ontem pelo USDA, o departamento de Agricultura do país, porque o órgão reajustou para baixo as suas estimativas de consumo. Ainda assim, a produção de soja norte-americana deve ser insuficiente para suprir a demanda.

Entre esmagamento, exportação, sementes e outros usos, os EUA devem consumir 84,5 milhões de toneladas da oleaginosa no ciclo 2012/13 – 1,5 milhão a mais do que os produtores devem retirar do campo. Para isso, devem queimar parte dos estoques carregados da temporada passada e, ao final da safra atual, as “sobras” devem ser de apenas 3,5 milhões de toneladas.

No milho, a demanda encolheu, de um mês para o outro, 26,8 milhões de toneladas (7,7%). A maior diferença na comparação com o documento anterior foi feita na projeção de exportação (-15,8%). Isso porque, segundo o órgão, os EUA enfrentam forte competição do Brasil, que colhe neste momento a sua maior safrinha da história.

O consumo interno norte-americano – inclusive a demanda para fabricação de etanol – também foi reduzido. Feitas as contas, o país deve encerrar a temporada 2012/13 com excedente de apenas 30 milhões de toneladas de milho, volume suficiente para suprir a demanda por pouco mais de um mês.