A confirmação está no zoneamento agrícola de risco climático para a cultura, divulgado ontem. Além de Mato Grosso, o zoneamento ocorreu em mais nove Estados e o Distrito Federal.

Precipitação pluvial, temperatura do ar e fotoperíodo foram alguns dos elementos climáticos analisados. Foram considerados aptos os municípios que apresentaram em, no mínimo 20% de seu território, Índice de Satisfação de Necessidade de Água (ISNA) maior ou igual a 0,60 em 80% dos anos avaliados.

A disponibilidade de água é importante, principalmente, em dois períodos de desenvolvimento da cultura: germinação e floração ( enchimento de grãos). Déficits hídricos expressivos, durante a floração provocam alterações fisiológicas na planta, como o fechamento dos estômatos e o enrolamento de folhas e, como consequência, causam a queda prematura de folhas e de flores e abortamento de vagens, resultando, em redução do rendimento de grãos.

A soja se adapta melhor à temperaturas do ar entre 20ºC e 30ºC. A temperatura ideal para seu crescimento e desenvolvimento está em torno de 30ºC. A faixa de temperatura do solo adequada para semeadura varia de 20ºC a 30ºC, sendo 25ºC a temperatura ideal para uma emergência rápida e uniforme, informa a portaria.

O ministério reforça que a cultura não poderá ser desenvolvida em áreas de preservação permanente ou em solos que apresentam profundidade inferior a 50 centímetro ou com solos muito pedregosos isto é, solos nos quais calhaus e matacões ocupem mais de 15% da massa ou da superfície do terreno.

Na portaria, que contém também os períodos de cultivo e tipos de cultivares, é reforçada ainda a busca pela prevenção e controle da ferrugem asiática. "Devem ser observadas as determinações relativas ao vazio sanitário, estabelecidas na Instrução Normativa nº 001/2006 da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural - SEDER", reforça o documento. O vazio sanitário começou em 15 de junho e tem duração de 90 dias.

Na safra passada (2011/2012) Mato Grosso cultivou a soja em uma área de 6,9 milhões de hectares. A produção chegou a 21,7 milhões de toneladas, conforme o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), emitido no início deste mês.