Pesquisa e logística foram os dois pontos destacados pelo produtor rural Eraí Maggi, na última palestra do VI Congresso Brasileiro de Soja, para que a soja continue apresentando bons índices econômicos e de produção em Mato Grosso. Segundo o empresário, que lidera o Grupo Bom Futuro, um dos maiores do setor agropecuário de Mato Grosso, há 30 anos, quando os primeiros produtores vieram para o estado cultivar o grão, a disponibilidade de terras, o clima propício e a força de trabalho das pessoas eram suficientes para que a soja expandisse e o estado se tornasse o maior produtor da oleaginosa do Brasil.

“Eu me incluo nesta primeira leva de agricultores, a maioria migrantes do Sul, que falavam que aqui tinha terra disponível, clima propício e gente para trabalhar, de lá pra cá, este tripé já não se sustenta mais sem a pesquisa e os investimentos em logística”, destacou Maggi.

Durante quatro dias, os participantes do Congresso debateram inúmeros temas relacionados à soja, com foco na pesquisa e tecnologia. O presidente da Aprosoja, Carlos Fávaro, ressaltou que a parceria da associação com a Embrapa na realização do Congresso possibilitou estreitar ainda mais produtores e técnicos. “Estamos muito satisfeitos em Cuiabá ter sido escolhida para sediar a sexta edição do Congresso e ainda mais pelo fato de que ainda este ano será inaugurada uma unidade da Embrapa em Mato Grosso. Contamos com este importante centro de conhecimento para nos ajudar a superar obstáculos, como, por exemplo, os da ferrugem asiática e nematoides, que são limitantes para o incremento de produtividade nas lavouras”, afirmou Fávaro.

Carlos Fávaro reforçou a fala de Eraí Maggi sobre a importância da logística para Mato Grosso. “Os produtores já demonstraram que são eficientes da porteira para dentro. Para que possamos continuar crescendo é urgente que os problemas de logística e a diversificação dos modais ocorram, pois sem isto ficaremos estagnados e continuaremos sobrecarregando as rodovias e os portos do Sul com a nossa produção. A nossa vocação é escoar em direção ao Arco Norte e para isto temos que ter estadas, ferrovias e hidrovias, barateando os custos e permitindo ao produtor investir mais na produção”, destacou Fávaro.

A Aprosoja coordena o Movimento Pró-Logística, união de entidades do setor produtivo que atua na articulação e no acompanhamento de projetos de desenvolvimento logístico, propondo soluções que possibilitem ganhos econômicos, sociais e ambientais através da logística.

NÚMEROS – O VI Congresso Brasileiro de Soja, que é promovido pela Embrapa e este ano conta com a correalização da Aprosoja, realizado de 11 a 14 de junho,  teve números superlativos em Mato Grosso. Foram 2.098 participantes inscritos, 12 painéis, 14 palestras, um Fórum, cinco mini cursos e 423 trabalhos inscritos. Além disto, o Congresso teve 3.840 metros quadrados ocupados com 47 empresas no pavilhão de expositores, com empresas da área de tecnologia, insumos, máquinas, produção de soja, entre outros relacionados ao segmento.

O presidente do Congresso, Ricardo Abdelnoor, destacou que o evento superou todas as expectativas e possibilitou a troca de conhecimentos. “Percebemos que precisaremos retornar em breve para Mato Grosso, pois a região, que já é extremamente tecnificada, exige um atenção especial da Embrapa”, disse Addelnoor.

A sétima edição do Congresso Brasileiro de Soja será em 2015 e seis cidades concorrem para sediar o evento, que é o maior da cadeia da soja no país: Florianópolis, Belo Horizonte, Santos, Foz do Iguaçu, Porto Alegre e Brasília.