Soja

Produtor capitalizado corre mais riscos

Nem bem terminou a colheita da safra de verão e o produtor gaúcho já está de olho no que o próximo ciclo da soja pode render


Publicado em: 20/06/2013 às 15:50hs

Produtor capitalizado corre mais riscos

Entusiasmado com os resultados positivos da produção recorde de soja 12,53 milhões de toneladas, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento , o agricultor gaúcho está capitalizado e, por isso, tem se permitido correr mais riscos.

Mesmo sem ter vendido toda safra atual, o produtor já está comercializando antecipadamente a soja do ciclo 2013/2014. Isso apesar do cultivo só começar no Rio Grande do Sul na primavera. Com papel importante no desenvolvimento da produção, o clima deve seguir no próximo verão a tendência de neutralidade, ou seja, sem a marca de fenômenos conhecidos como o El Niño ou o La Niña.

"O produtor começará a plantar a safra 2013/2014 em outro cenário, bem diferente do ano passado" ressalva o meteorologista da Somar Paulo Etchichury.

A observação do especialista remete a 2012, quando a seca impôs duras perdas no sul do Brasil no início do ano e, depois, nos Estados Unidos, com uma quebra que sacudiu o mercado global e trouxe altas históricas para o preço da commodity na Bolsa de Chicago. Neste ano, o tempo se "regularizou". Houve uma boa produção no Rio Grande do Sul,  ainda que a falta de chuva tenha determinado prejuízos pontuais. Os americanos tiveram um atraso no plantio do grão, por conta do frio do inverno que se prolongou. Mas o indicativo do verão que se inicia no Hemisfério Norte na sexta-feira é de que seja diferente, sem seca.

Por aqui, a previsão de chuva intensa no Sudeste e no Centro-Oeste nos meses de janeiro e de fevereiro traz como contrapartida o risco de estiagem (leia-se chuva escassa e não seca) para o Estado. Seja qual for o tempo, é importante seguir apostando em tecnologia, na orientação e na busca por informação. Para não deixar nas mãos de São Pedro toda a responsabilidade.

"Às vezes, o produtor adota uma estratégia errada e aí culpa o clima" alerta Etchichury.

Ainda que os resultados tenham ficado abaixo da projeção inicial, os números consolidados do Sindicato dos Leiloeiros Rurais e das Empresas de Leilão Rural do Estado (Sindiler-RS) mostram valorização crescente do quilo do terneiro na temporada de outono. Na comparação com 2012, a oferta de terneiros ficou 15,4% mais enxuta. Em compensação, o preço do quilo cresceu 6,16%, ficando na média em R$ 4,31.

"Como antes mesmo da temporada a venda de terneiros estava aquecida, minha perspectiva era de valores entre R$ 4,50 e R$ 5, mas esse número final é muito positivo’ avalia o presidente do Sindiler-RS, Jarbas Knorr.

No total, foram vendidos 54,23 mil animais (terneiros, terneiras e vaquilhonas) neste outono, ante 56,69 mil do ano passado, com faturamento de R$ 43,18 milhões. Um dos destaques da temporada foi a feira de Santa Vitória do Palmar, que teve o quilo do terneiro negociado a R$ 5,25.

Para a primavera, segue a tendência de menos animais - dessa vez touros e ventres - em pista.

Apesar de embargos que ainda persistem, as exportações brasileiras de carne bovina tiveram faturamento recorde nos primeiros cinco meses do ano, chegando a US$ 2,5 bi, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Também houve crescimento no volume, que somou 562 mil toneladas, alta de 22,57% maior em relação ao mesmo período de 2012.

Fonte: Zero Hora

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