Soja

Produção e preço da soja em Mato Grosso devem manter altas nos próximos anos

"Em 2012 as commodities agrícolas poderão atingir preços recordes, principalmente a soja"


Publicado em: 27/09/2012 às 11:50hs

Produção e preço da soja em Mato Grosso devem manter altas nos próximos anos

Com esta afirmação o trader de mercado internacional de commodities agrícolas, consultor, especialista e analista de mercado, Liones Severo reforçou a sua tese de que os preços da soja são previsíveis em sua palestra "Tendências para o Mercado Agrícola 2012/2013" realizada, na terça-feira (25), no auditório da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famato).

Segundo o analista de mercado sua tese embute um forte conteúdo histórico de desempenho, com repetidas e confirmadas constatações através dos tempos. “A soja não é aleatória ela tem um ciclo de 6 em 6 meses e por ser um mercado administrado pelo homem desenvolvi a teoria de que ela possuí um padrão de repetição. Deixando de lado os eventos atemporais e aleatórios, minhas medidas e ferramentas de análises resultaram do fato de ser um profissional como negociador do mercado de soja há quase 50 anos. De acordo com Severo o preço sobe porque a demanda é maior que a produção. É fácil constatar isso podemos aprender com o passado, afinal existem acontecimentos na vida que se repetem”, explicou.

Sobre a possibilidade de queda na demanda de soja, Liones, aponta que o Brasil não terá grandes problemas para vender o grão. A China, que é um grande importador da soja brasileira, vai continuar comprando o grão produzido no país. “A soja é a principal energia e proteína no mundo. O cenário todo se tornou muito apertado e nós vamos viver esse período por um longo tempo. Pois o mundo encontra-se hoje como na década de 70, com estoques praticamente inexistentes. A China está importando, este ano, mais de 50 milhões de toneladas de soja. Ano que vem deve chegar a 60 milhões. Eles têm um consumo muito grande. Se formos projetar isso daqui a alguns anos, a China vai demandar muito mais do que o mundo poderá produzir e podemos viver uma crise de escassez. Mas nós temos que ter cautela em focar somente na China, temos que focar em outros destinos. É possível que haja redução de demanda em outras partes do mundo, mas com a China podemos ficar tranquilos”.

De acordo com Liones Severo, a China é responsável pela compra de 60% da soja negociada nos mercados internacionais, com importações desde 1996, quando pela primeira vez importou cerca de 1 milhão de toneladas. Do montante comprado pela China no mundo, 25% corresponde ao produto brasileiro, sendo que os chineses compram 80% da nossa soja.

Ainda segundo o analista de mercado o Brasil deve se tornar em 2013 o principal produtor mundial de soja com uma safra prevista em mais de 80 milhões de toneladas, Mato Grosso deverá ser líder desta produção. “Se isso se concretizar junto com a comercialização antecipada de 40%, o produtor brasileiro deve ter um dos maiores rendimentos dos últimos anos. Porém é preciso capitalizar e fazer provisões para anos de crise como melhor forma de preservação do seu próprio negócio”, afirmou.

Para Liones Severo o Brasil tem tudo para ser a grande nação agrícola do mundo. “Nós somos o único país que dispõe de um manancial de recursos naturais e terras férteis capaz de suprir as necessidades de oferta de produtos agrícolas para atender o consumo do mundo que cresce cada vez mais”, afirmou. Do total de 1,5 bilhão de hectares de terras agriculturáveis do mundo, o Brasil detém 11%, ou seja, cerca de 168 milhões de hectares. “Enquanto isso os grandes polos agrícolas do mundo como Estados Unidos e Europa, já não tem disponibilidade de áreas”.

O evento que reuniu aproximadamente 100 pessoas da cadeia produtiva de soja foi realizado pelo CentroGrãos, com apoio da Famato e Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja).

Fonte: Só Notícias

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