A produção mundial de soja para o ciclo 2024/25 deve atingir um volume recorde de 418 milhões de toneladas, representando um crescimento de 5% em relação à safra anterior, segundo o mais recente Relatório de Mercado de Grãos do Conselho Internacional de Grãos (IGC), divulgado em 20 de fevereiro. O aumento é impulsionado por safras robustas nos Estados Unidos e no Brasil, os dois principais produtores globais. Além disso, os estoques mundiais da oleaginosa devem atingir um novo patamar histórico, chegando a 82 milhões de toneladas, um avanço de 11% em relação ao ano anterior.

Revisão na produção global de grãos

O relatório do IGC também revisou para baixo a estimativa da produção global de grãos, que inclui trigo e grãos secundários. A projeção para 2024/25 foi reduzida em 3 milhões de toneladas em comparação ao relatório anterior, de janeiro, totalizando 2,301 bilhões de toneladas. Esse volume fica ligeiramente abaixo do recorde registrado na última safra, de 2,309 bilhões de toneladas.

A principal redução ocorreu na produção de milho, impactada pelas adversidades climáticas na América do Sul, além de um ajuste negativo na safra de sorgo. Apesar da menor oferta, o consumo global de grãos ainda deve atingir um recorde de 2,334 bilhões de toneladas, embora com uma leve revisão para baixo nas projeções anteriores.

Os estoques finais globais de grãos foram estimados em 576 milhões de toneladas, o menor nível dos últimos dez anos, refletindo uma queda de 5% em relação ao ciclo anterior. O comércio total de grãos, por sua vez, deve encolher em 1 milhão de toneladas, principalmente devido à redução das importações de trigo e sorgo pela China.

Mercado segue volátil com estabilidade no índice de preços

O Índice de Preços de Grãos e Oleaginosas (GOI) do IGC permaneceu estável em 221 pontos, com alta nos preços médios dos grãos, mas queda nas cotações da soja e do arroz. No comparativo anual, o índice registra uma retração de 2% em relação a fevereiro de 2024, indicando que o mercado segue volátil, influenciado por fatores climáticos e dinâmicas comerciais globais.