Publicado em: 17/09/2013 às 11:00hs
No Sul do país, no entanto, as precipitações vão favorecer o plantio, embora a tendência para os próximos meses seja de chuvas abaixo da média.
A ansiedade dos produtores para dar início ao plantio é grande, numa safra em que o Brasil deverá plantar uma área recorde de soja, embalado em boa rentabilidade decorrente do dólar mais forte e dos preços internacionais ainda relativamente altos.
Se as produtividades se confirmarem - e para isso o comportamento do clima é essencial -, o país pode colher um recorde de 88 milhões de toneladas, superando inclusive os Estados Unidos, tradicional líder mundial na produção da oleaginosa.
Em importantes Estados produtores, como Mato Grosso, Paraná e Mato Grosso do Sul, terminou em 15 de setembro (ontem) o período de vazio sanitário, no qual é proibida a existência de plantas de soja, para evitar a perpetuação de doenças como a ferrugem asiática, causada por um fungo.
"Nós vamos plantar a partir da semana que vem, desde que chova", disse à Reuters o gerente da Agrícola Alvorada, Getúlio Viana, em Primavera do Leste (MT).
Em lavouras da região, segundo ele, tem ocorrido plantio, mesmo fora do período regulamentar e sem chuvas para fornecer a tão necessária umidade do solo.
"Existe sim, plantio 'no pó' e com irrigação, mas são poucos casos", revelou.
Essa soja plantada dias antes do fim do período do vazio só deve germinar após o dia 15, argumentam aqueles produtores mais apressados.
Os indicativos da meteorologia são de que o plantio em Mato Grosso e outras áreas do Centro-Oeste ainda vai ter que esperar alguns dias, no caso daqueles que dependem de chuvas.
"Entre o dia 18 e 20 vai ter formação de umidade que pode provocar pancadas de chuva que podem provocar plantio... Ficariam perto de 5 milímetros (de precipitação), com baixos acumulados e (chuvas) mal distribuídas", afirmou o meteorologista Gustavo Verardo, da Somar.
Para a região Sul, no entanto, a previsão é de boas precipitações nos próximos dias.
"Deve ter chuvas nos próximos 15 dias, em quantidades até bem razoáveis que devem prover o solo com alguma umidade, para o início da plantação", disse o meteorologista Fabrício Silva, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
PERSPECTIVAS PARA A SAFRA
Após um início com chuvas irregulares, o Centro-Oeste deverá registrar chuvas dentro da média ao longo de toda a safra, projetou o Inmet.
"Em Mato Grosso, em Goiás, a previsão é de chuvas dentro da normalidade, com início dessas chuvas no mês de outubro", disse Silva.
Liderada por Mato Grosso, a região Centro-Oeste é que mais produz soja no Brasil
Já para o Sul, segundo polo produtivo, há previsão de chuvas abaixo da média ao longo da safra, o que pode prejudicar produtividades.
"Desde de meados de abril, há um resfriamento lento do Oceano Pacífico, não muito intenso, mas persistente. Os modelos captam um sinal parecido com anos de La Niña", disse o meteorologista do Inmet, lembrando que o fenômeno climático tem como um de seus efeitos a redução do volume de chuvas no Sul do Brasil.
Silva ressalta que a previsão para o Sul não é de seca forte, mas de chuva abaixo da média. "É quantificar quanto abaixo da média."
"Se não ocorrerem tantos períodos prolongados de seca, não deve prejudicar tanto as lavouras", afirmou o meteorologista.
A partir de 24 de setembro o Inmet pretende divulgar uma previsão atualizada para padrão climático entre outubro e novembro.
Fonte: Reuters
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