Publicado em: 18/09/2013 às 09:30hs
O plantio de soja 2013/14 estreia a semente Intacta RR2 PRO em escala comercial no Brasil. A nova variedade chega com participação tímida (9%), após um longo período de negociações de produtores com a Monsanto.
No campo, a expectativa é quanto ao controle de lagartas e eventuais ganhos de produtividade. Já para a empresa detentora da tecnologia, o produto é encarado como uma aproximação maior entre as pesquisas feitas nos Estados Unidos e a América do Sul.
Ernst Sanders, diretor da Monsanto para a soja na América do Sul, detalha que o desenvolvimento da Intacta durou mais de dez anos, com um investimento superior a US$ 150 milhões. Ele explica que o trabalho permitiu uma aproximação entre as pesquisas nos Estados Unidos e o Brasil.
O conhecimento resultante desse processo embasa novas pesquisas. “Vamos usar a Intacta em tudo. Hoje ela é o produto base [para a América do Sul] e vai continuar sendo durante muito tempo”, aponta.
Dentro dessa perspectiva, Sanders prevê a incorporação de novas características ao produto, como a tolerância ao herbicida Dicamba, que controla ervas daninhas resistentes ao glifosato – princípio ativo utilizado em maior escala no manejo da praga. “Podemos incorporar o controle à [lagarta] Spodoptera e também o controle de nematóides”, salienta.
A segunda geração da Intacta já é testada em campos experimentais da empresa nos Estados Unidos, mas sem previsão de chegada ao mercado, detalha Troy Coziahr, gerente do centro de aprendizado mantido pela empresa em Mounmouth, Illinois.
No Brasil, a tecnologia estreia com oferta restrita. Conforme a Monsanto, há 2,8 milhões de sacas de 60 quilos à venda, com potencial para ocupar 2,5 milhões de hectares – equivalente a 9% da área cultivada em 2012/13.
Por indicação da própria indústria, a Intacta jamais vai chegar a cobrir 90% das lavouras como ocorreu com a RR1, cultivada no Brasil há sete safras. A semente exige área de refúgio de 20%, onde outras variedades devem permitir o cruzamento reprodutivo de lagartas que morrem em contato com a planta.
Para os agricultores, o controle de lagartas passou a ser um diferencial de peso, depois dos ataques que dizimaram lavouras em 2012/13. No caso da Helicoverpa armigera, a Monsanto informa que não há controle efetivo, mas sim supressão, que pode eliminar até 95% dos insetos.
Na Bahia, principal estado afetado pela Helicoverpa em 2012/13, a expectativa é de uma participação pouco expressiva da nova variedade neste ciclo. Antonio Grespan, diretor do Conselho Técnico da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia, aponta que “o plantio será pouco significativo, pois a oferta ainda é baixa.”
Um programa de controle fitossanitário estaria sendo implementado para tentar evitar novos prejuízos com o inseto no estado. “Quando houver Intacta, ela será mais uma ferramenta dentro desse programa de controle”, complementa Grespan.
2,5 milhões de hectares podem ser plantados nesta safra com a semente Intacta no Brasil.
Fonte: Gazeta do Povo
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