O grão que na teoria não está mais nas mãos do produtor equivale a quase toda a colheita da safra 03/04, quando foram 15 milhões t no Estado

Mais de 61% da nova safra de soja, em Mato Grosso, já está comercializada antes mesmo do início do plantio. O comprometimento atingiu percentual sem precedentes para o período, graças à demanda externa e aos preços médios ofertados ao produtor. No mesmo período do ano passado, considerando o comportamento de todo mês de setembro, as vendas somaram 48% de uma projeção de 21,36 milhões de toneladas (t).

Conforme dados atualizados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), e divulgados nesta segunda-feira (17) em seu Boletim Semanal da Soja, o volume vendido de forma antecipada representa 14,82 milhões de toneladas de uma estimativa de 24,13 milhões. O grão que na teoria não está mais nas mãos do produtor equivale a quase toda a colheita da safra 03/04, quando foram contabilizadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), 15 milhões t no Estado.

Ainda conforme a revisão feita pelo Imea, das mais de 14 milhões t travadas, 85% desse volume foi vendido com preço fixo. “Devido à elevação dos preços no mercado interno e do nível de comprometimento da safra, as empresas ficaram na maior parte do mês fora do mercado, fazendo com que a comercialização entre agosto e setembro evoluísse 2,8 pontos percentuais. No entanto a próxima safra já atinge nível elevado de venda de soja futura, pois, no mesmo período da safra 2011/12 haviam sido comercializados 48%”, explica o Imea. Em nível de produção, o melhor resultado anterior no mesmo período tinha sido de 10,25 milhões de toneladas na safra 2011/12.

Ainda como destaca o Boletim do Imea, o preço médio ponderado de comercialização, com o resultado do preço médio de venda de setembro de R$ 62/saca, atingiu R$ 48,31/saca. “Como mais da metade da futura produção da safra está comercializada antes mesmo do início do plantio – liberado com o fim do Vazio Sanitário no último sábado, dia 15 - resta ao produtor, que já fez a lição de casa “fora da porteira”, cuidar do futuro das lavouras”. A preocupação com o manejo deve ser intensificada nesta safra, não apenas pelo volume já comprometido e que deverá ser entregue após a colheita, mas, pelo custo, o maior já registrado para cada hectare plantado, com médias de R$ 2,13 mil, por hectare, 28% acima da média registrada em igual período do ano passado, R$ 1,64 mil.