Soja

Manejo correto de inseticida evita custo excessivo

Identificação de espécie da praga e realização de amostragens são métodos indicados para combate na sojicultura


Publicado em: 19/01/2012 às 18:00hs

Manejo correto de inseticida evita custo excessivo

Percevejos e lagartas são algumas das preocupações que afligem o produtor de soja. Elas são as principais pragas do período reprodutivo e podem causar danos irreparáveis caso não sejam combatidas adequadamente. Uma das medidas que costuma ser tomada é a aplicação do inseticida junto com o fungicida, mesmo quando não necessária, na esperança de uma possível prevenção. Nesse caso, além de o controle se tornar ineficiente, o produtor ainda aumenta seu custo de produção. Portanto, para realizar o controle adequado dessas pragas, nada melhor que a informação. Para isso, a identificação da espécie, assim como a realização de amostragens pode trazer bons resultados sem investimentos desnecessários.

Estamos no período reprodutivo da soja. As principais pragas que ocorrem nesse período estão dentro do complexo de percevejos que atacam a vagem. Entre eles, a espécie predominante é o percevejo marrom. Além deles, que atacam sugando diretamente a semente, existem ainda algumas lagartas, principalmente as lagartas mede-palmo e as lagartas das vagens — conta Adeney Bueno, pesquisador da Embrapa Soja.

No período reprodutivo, especificamente, surge mais uma dificuldade: o molhamento. Como diz o pesquisador, fica mais difícil fazer um bom molhamento da planta na hora da aplicação de inseticidas, já que está bem fechada e com porte desenvolvido nessa etapa.
 
É importante dizer que é de suma importância que o controle de pragas na soja seja feito no momento correto para obter sucesso, tanto no caso de percevejos quanto lagartas. Infelizmente, isso muitas vezes não é feito. Isso porque, no período reprodutivo, o produtor costuma fazer aplicações de fungicidas para o controle de doenças da soja — conta o entrevistado.

Para ele, muitas vezes o agricultor aproveita essa operação agrícola e adiciona o inseticida para controle dessas pragas, na maior parte dos casos, pensando em prevenir que elas ocorram. No entanto, aplicar inseticida quando a população ainda é baixa não traz bons resultados. Então, é importante que o produtor faça um monitoramento para obter um diagnóstico e, a partir daí, tomar a decisão sobre qual inseticida aplicar e em que dose aplicar.

Ao fazer a amostragem no caso do percevejo, ele deve controlar se a população for de dois percevejos ou mais por metro.  Já no caso da lagarta, a planta da soja tolera 30% de perda de área foliar no período vegetativo e 15% no período reprodutivo. Portanto, não há porque aplicar inseticidas em casos de desfolhas menores — orienta.

Bueno acrescenta que outro fator importante é a identificação da espécie da praga. Isso porque as ações recomendadas para cada tipo de praga são diferentes. Além disso, a dose do inseticida também varia de uma praga para outra.

O controle inadequado, como o uso do inseticida na carona do fungicida sem a avaliação da quantidade de pragas, faz com que o produtor tenha que aplicar mais vezes. Apesar disso, há uma menor eficiência no manejo de pragas, o que aumenta o custo de produção — garante o pesquisador.
 
Além disso, devemos ressaltar ainda o fato da responsabilidade em relação à preservação ambiental.  Quanto mais se usa o inseticida, mais riscos são oferecidos ao meio ambiente, como acrescenta o entrevistado.

Esse ano, especificamente, tem tido menor incidência de chuvas e temperaturas mais altas. Essas são condições climáticas propícias para o aumento de pragas. Portanto, o produtor deve ficar mais atento. Nesse caso, o método de amostragem mais indicado e mais confiável é o pano de batida — conclui ele.

Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Soja através do número (43) 3371-6000.

Fonte: Kamila Pitombeira/Portal Dia de Campo

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