Publicado em: 12/07/2012 às 15:40hs
Eles têm esperança de que os preços recuem antes de serem forçados a voltar ao mercado, disseram traders.
A China, maior consumidor mundial de soja, avalia que as importações cairão abaixo da demanda em setembro e outubro, após a seca na América do Sul, no final do ano passado, reduzir as ofertas da oleaginosa.
As importações chinesas representam mais de 60 por cento do volume de soja negociado no mundo.
Uma queda na oferta do Brasil e da Argentina, segundo e terceiro maior exportador mundial, significa que os esmagadores terão capacidade de obter no mercado cerca de 6 milhões de toneladas de soja para setembro e outubro. Eles precisam de, pelo menos, 10 milhões de toneladas durante o pico de consumo da temporada.
O déficit da oferta chinesa também pode aumentar no final deste ano ou no início do próximo, caso a recente seca nos Estados Unidos reduza novamente a produção, disseram traders.
Enquanto na bolsa de Chicago os preços da soja recuaram ante máximas recordes na terça-feira, eles continuam pouco atrativos aos compradores chineses, ainda com a preocupação sobre uma possível redução na colheita nos EUA, após semanas de clima quente e seco em grande parte da região Meio-Oeste dos EUA.
"Nos preços atuais (de Chicago) os esmagadores não têm intenção de comprar, pois os grãos poderiam fornecer margens negativas de esmagamento", disse um gerente de trading.
As compras da safra velha norte-americana nas últimas semanas ajudaram a aliviar a escassez para agosto e setembro, disseram traders.
Porém, compradores ainda estão esperando pela queda dos preços.
"Eles acham que os preços vão se retrair com uma possível expansão da área de soja na América do Sul, mas dessa vez, o clima seco nos EUA parece sério", disse outro trader de soja.
"Poderá haver um problema de oferta por seis meses de setembro a fevereiro, antes da nova safra sul-americana chegar ao mercado."
"Se a safra norte-americana foi reduzida, poderá haver um déficit global de soja de mais de 14 milhões de toneladas, e não é fácil reduzir a demanda tanto assim, particularmente na China", disse outro trader, acrescentando que o país asiático pode precisar impulsionar as importações de canola do Canadá mais tarde no ano, para compensar a escassez de farelo.
RESERVAS ESTATAIS; ESTOQUES EM PORTOS
Diante dos altos preços em Chicago, alguns esmagadores têm sido abastecidos com soja importada estocada em portos chineses, que estavam com 6,5 milhões de toneladas no final de junho.
"No curto prazo, não haverá problema de oferta. Os estoques portuários ainda estão em níveis recordes após os meses de grandes volumes de importação", disse Wang Ping, analista da Dong Wu Futures.
Analistas também esperam que os esmagadores no norte do país comprem mais em licitações de reservas estatais de soja, nas quais Pequim está ofertando a oleginosa a preços mais competitivos que as importações.
Fonte: Reuters
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