Publicado em: 26/06/2018 às 11:30hs
A política protecionista do presidente Donald Trump começa a trazer estragos aos produtores dos Estados Unidos. Entre os que mais apoiaram a eleição do presidente, eles estão bastante descontentes com o governo.
As portas de vários dos principais mercados mundiais já não estão tão abertas como antes, e a relação entre alguns parceiros dos Estados Unidos já deixou de ser ameaças para fatos concretos.
Com os olhos voltados inicialmente para a China, o governo dos EUA acirrou também os ânimos dos vizinhos canadenses e mexicanos e dos europeus, compradores dos produtos agrícolas dos EUA.
Além das barreiras tarifárias, que tornam menos competitivos os produtos, os agricultores perdem renda devido à retração das commodities.
Na terça-feira passada (19), o primeiro contrato de soja chegou a cair para US$ 8,4150 por bushel na Bolsa de Chicago, o menor patamar para um contrato de primeira posição desde dezembro de 2008, segundo a AgRural, de Curitiba.
Nesta segunda-feira (25), o fechamento da soja ocorreu a US$ 8,7450, com queda de 2,2% em relação ao de sexta (22).
Possibilidades de boa safra nos EUA e a guerra comercial são componentes importantes desse recuo, que atinge 16% em 30 dias. Há um mês, a oleaginosa era negociada a US$ 10,4150 em Chicago.
Os produtores brasileiros não estão isento das oscilações internacionais. Além disso, ao apoiarem a paralisação dos caminhoneiros, perceberam que boa parte do ônus da parada recairia sobre o setor, via aumento dos fretes.
A soja chegou a R$ 81,50 em Cascavel (PR), em 9 de abril. No último dia 19, recuou para R$ 74,50. Em Sorriso (MT), após ter atingido R$ 71,50 no dia 21 de maio, caiu para R$ 62,00 no dia 19.
Daniele Siqueira, analista da AgRural, diz que a queda no Brasil não é tão acentuada porque os prêmios pagos pela soja brasileira subiram.
Nesta segunda (25), o importador pagava US$ 1,65 a mais do que em Chicago para o embarque de agosto. Há um mês, o prêmio era de US$ 0,77.
Siqueira destaca também a queda do dólar como um fator favorável aos preços no Brasil. Mesmo com recuo em Chicago, as receitas em reais são maiores.
A queda de preços em Mato Grosso foi mais acentuada do que a do Paraná. Um dos motivos pode ser a dificuldade na formação dos preços, provocada pela paralisação dos caminhoneiros.
Fonte: Folha de S. Paulo
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