Soja

Greve segura soja de MT

Movimentação de contêineres está prejudicada noporto de Santos, maior destino do grão estadual


Publicado em: 31/05/2012 às 14:30hs

Greve segura soja de MT

Estivadores do porto de Santos (SP), o maior Brasil, estão em greve desde a noite da última terça-feira. A paralisação interrompia até a tarde de ontem (30) as operações de embarque e desembarque em 20 dos 29 navios atracados, conforme informações da assessoria de imprensa da administração portuária. O porto é o principal exportador da soja mato-grossense. Até abril deste ano, movimentou 58% de tudo que o Estado enviou ao exterior. A greve pode prejudicar a movimentação do grão e atrasar o cumprimento dos contratos de exportação, caso se prolongue.

De acordo com a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), a paralisação é na verdade um protesto contra mudanças no acordo coletivo que ampliam as horas de descanso dos trabalhadores avulsos. A companhia informou ainda que, entre os meses de maio e agosto, ocorre o pico de exportações de açúcar e soja. Não foi possível estimar o volume de soja oriunda de Mato Grosso à espera de embarque. Neste primeiro momento, o maior prejuízo é atraso na entrega frente aos importadores e às diárias a mais que terão de ser pagas por cada navio.

Segundo o jornal "A Tribuna", de Santos, 7 mil trabalhadores participam da greve, que não tem prazo para acabar. A mobilização ocorre por conta de uma discussão em torno de uma exigência do Ministério Público para que haja um maior intervalo entre os turnos trabalhados pelos estivadores. A exigência do Ministério Público, embora possa ser salutar para o trabalhador, deve pesar em seu bolso, uma vez que trabalhará menos, segundo um consultor que atua no porto.

A assessoria do porto diz que, embora as operações com contêineres sejam as mais prejudicadas, o embarque de commodities, como soja, milho e açúcar, também pode ser afetado em algum momento. Isso porque, ao final do embarque, é necessário um trabalhador para nivelar a carga embarcada. A maior parte do processo de embarque de granéis é automatizado, com esteiras e carregadores mecânicos.

A movimentação de produtos líquidos, cujo transporte para o navio ocorre por dutos, não é afetada. No entanto, operações que exigem trabalhadores, como o transporte de contêineres, estão paralisadas em sua maioria.

MATO GROSSO – Mato Grosso colheu na safra 2011/12, 21,3 milhões de toneladas e segue como o maior produtor do grão no país. O porto de Santos continua sendo o principal receptor da soja que o Estado exporta, já que rotas alternativas para utilização de portos ao Norte do país não são viabilizadas. Ano a ano, o porto do litoral paulista segue como o maior destino nacional do grão mato-grossense.

Conforme levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), de janeiro a abril, o Estado embarcou 4,67 milhões de toneladas, deste total, 2,74 milhões de toneladas foram enviadas ao porto de Santos/SP, que chancelou 58% do grão exportado pelo Estado neste primeiro quadrimestre. O segundo porto mais utilizado pela soja estadual é Paranaguá (PR) com 11%, seguido de Vitória (ES) que também acumula participação próxima de 11%.

Em janeiro, foram embarcadas vai porto de Santos 290,45 mil toneladas; em fevereiro, 382,17 mil t; em março foi registrada a maior movimentação, 1,44 milhão de t; e em abril, 622,48 mil t. Pouco mais de 62% de toda a soja em grão exportada pelo Estado no primeiro quadrimestre do ano teve como destino a China, país que importou 2,90 milhões de t dos 4,67 milhões de t comercializados. (Com Agência Brasil)

Fonte: Diário de Cuiabá

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