Soja

Ferrugem da soja alastra no Vale do Araguaia e situação é alarmante

É alta a incidência de ferrugem da soja nas lavouras situadas na região do Vale do Araguaia, em Mato Grosso. Em especial nos munícipios de Água Boa, Canarana e Querência


Publicado em: 05/03/2012 às 13:30hs

Ferrugem da soja alastra no Vale do Araguaia e situação é alarmante

A constatação foi feita pelo pesquisador Fabiano Siqueri, da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, durante os Dias de Campo realizados na região. Segundo Siqueri a situação é alarmante.

“Esta é a safra com maior número de focos da doença no Araguaia” – disse. O pesquisador diz que para amenizar os prejuízos que muitos agricultores terão, produtores e equipe devem redobrar a atenção e agir. Redução do intervalo de aplicação, uso correto das doses de fungicidas e não uso isolado de triazói s são as três principais recomendações do pesquisador.

Para Siqueri este não é o momento de economizar na aplicação, pois a perda com ferrugem é muito maior do que o valor do fungicida. “Vale a pena aplicar. Uma aplicação salva mais que 40 quilos de soja (valor aproximado de uma aplicação por hectare). A ferrugem é muito traiçoeira. Com esta doença não se brinca. Ela não permite erros e nem espera para alastrar. A explosão do foco vai de 10% para 70% rapidamente na lavoura”, aponta Siqueri.

Esta situação das lavouras do Vale do Araguaia é confirmada pela secretária de Agricultura e Meio Ambiente de Canarana, Eliane Felten. A ferrugem chegou 15 dias mais cedo no município nesta safra em comparação ao ano passado e mesmo com os alertas feitos pelos técnicos da secretaria, muitos produtores não seguiram as recomendações.

“Fazemos um trabalho de acompanhamento durante toda a safra. Alertamos os produtores para a importância de fazer aplicação na hora certa. A responsabilidade de controlar a doença está nas mãos do produtor que deve usar todas as ferramentas disponíveis contra esta terrível doença”, destaca a secretária.

O pesquisador Siqueri e a secretária Felten são unanimes em recomendar ao produtor que ainda dá tempo de salvar boa parte da produção de soja, desde que as medidas de controle sejam tomadas no momento correto pelos produtores do Vale do Araguaia.

Maior produtor nacional da oleaginosa, Mato Grosso deve produzir nesta safra mais de 20 milhões de toneladas segundo projeção do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). A colheita da safra 2011/12 já ultrapassou metade dos quase sete milhões de hectares reservados à cultura. O início da colheita favoreceu a disseminação do fungo que provocam a ferrugem na soja. Consequentemente, para baixar a produtividade no campo.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Fávaro, explicou que o problema generalizou-se em todo o Estado, apesar de o total de focos ser atualmente 88, conforme o Consórcio Antiferrugem desenvolvido pela Embrapa em parceria com demais instituições. Mas apesar de a doença ter se espalhado de forma uniforme pelas plantações mato-grossenses, o setor estima que as perdas não serão iguais a dos últimos anos.

Fonte: 24 Horas News

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