No entanto, ainda há tempo para que as chuvas tardias de verão ajudem a amenizar a baixa nos suprimentos, ou para os altos preços diminuírem a demanda e ajudarem a manter os estoques de soja.

O USDA deve divulgar seu relatório sobre oferta/demanda de agosto na sexta-feira, o primeiro relatório mensal do ano a incluir dados de produtividade a partir de amostras colhidas no campo.

Antecipando o relatório, a estimativa média dos analistas entrevistados pela Reuters para os estoques finais de soja nos EUA para a "nova safra" 2012/13 é de 112 milhões de bushels. Isso corresponderia ao estoque total de 2003/04, o mais baixo nos registros do USDA, que datam de 1980/81.

Em julho, o departamento projetou os estoques finais de grãos de soja em 2012/13 em 130 milhões de bushels. Onze dos 17 analistas entrevistados previram que o USDA reduziria suas previsões, enquanto quatro disseram que não haveria mudanças. Dois previram que haveria um aumento, dizendo que os estoques apertados elevariam os preços da soja cotada na bolsa de Chicago o suficiente para diminuir a demanda.

O contrato principal da soja na CBOT atingiu uma alta histórica de 17,7775 dólares por bushel em 20 de julho. Os Estado Unidos são os maiores produtores no mundo da importante fonte de proteína da ração de gado e aves.

"Nós vamos chegar no ponto no qual as pessoas não estarão dispostas a pagar pelos grãos ou pelo farelo", disse Sterling Smith, estrategista de commodities do Citigroup, em Chicago, que fixou os estoques 2012/13 de soja em 140 milhões de bushels.

"Nós estamos começando a ver pessoas levando seus perus para o mercado. Eles estão levando o gado para o mercado. Eles estão abatendo os rebanhos", disse Smith.

Ele ainda acrescentou que uma grande colheita de canola do Canadá, uma oleaginosa que compete com a soja, poderia absorver parte da demanda global por grãos e farelo de soja norte-americana.