Publicado em: 08/03/2012 às 11:50hs
Durante os eventos os participantes conheceram as 18 cultivares de soja livre (não geneticamente modificada, ou convencional) desenvolvidas pela Embrapa, como parte de uma proposta de produção sustentável e economicamente viável para o estado. Também obtiveram informações sobre mercado, sementes e negociação dos grãos, além de participarem de estações técnicas sobre manejo de pragas e demais temas relacionados à safra de soja.
Pecuaristas veem na soja potencial para recuperação de áreas degradadas
Em Castanheiras o dia de campo foi realizado na unidade demonstrativa do Programa, localizada na Fazenda Maia, e levou novas perspectivas para a região. “Sou empresário e pecuarista em Castanheiras e já estou começando uma pequena produção de soja para recuperação de áreas de pastagens degradadas. Com a soja quero recuperar o solo, melhorar a pastagem e, conseqüentemente, os resultados na pecuária”, conta Norberto Amaral.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Rondônia, Vicente Godinho, o estado possui cerca de 1 milhão de hectares de áreas de pastagens degradadas com potencial para o plantio de soja. “A soja traz um grande benefício para a atividade pecuária, pois o manejo adotado para esta cultura recupera o solo para uma pastagem com maior capacidade de suporte de animais por área, o que torna a soja atrativa para a região”, explica o pesquisador.
O mercado para a soja convencional e o potencial do estado para atendê-lo foram pontos que também chamaram a atenção dos produtores. Segundo o pesquisador da Embrapa Soja, que atua no campo experimental da Embrapa Rondônia em Vilhena, Rodrigo Brogin, os mercados europeu e asiático têm grande demanda para a soja convencional e pagam mais por ela. “O mercado para a soja não geneticamente modificada é específico e Rondônia tem potencial para conquistá-lo. Além disso, o estado conta com uma vantagem logística para a exportação da soja convencional, que é o Porto Graneleiro do Rio Madeira, em Porto Velho”, destaca Rodrigo.
O evento em Castanheiras contou ainda com participantes de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O mato-grossense Paulino Bulla, por exemplo, é empresário e está apostando na soja em Rondônia. “Trabalho com defensivos agrícolas e sementes aqui no estado e estou impressionado com a qualidade das cultivares de soja convencional apresentadas pela Embrapa. Tenho boas expectativas para a soja em Rondônia, que tem alto potencial competitivo”, ressalta Paulino.
O produtor Cláudio Ramos, de Dourados (MS), conta que está em busca de boas áreas para a produção de soja em Rondônia. “Estou encantado com a soja daqui, que em produtividade não deixa a desejar em comparação com outras regiões tradicionais em soja no Brasil. Estou avaliando a possibilidade de vir para Rondônia e este dia de campo me trouxe ainda melhores perspectivas”, diz o produtor, que também compareceu no dia de campo realizado em Cerejeiras.
Cultivares da Embrapa chamam a atenção dos produtores
O dia de campo do Programa Soja Livre em Cerejeiras foi realizado na unidade demonstrativa, localizada no Campo Experimental da Boa Safra, e reuniu grande número de sojicultores da região, que viram no evento uma oportunidade de conhecer variedades que estão sendo avaliadas no estado. “A Embrapa facilita o trabalho dos produtores, oferecendo cultivares que se adaptam às necessidades de cada região. Sem esse suporte tecnológico não conseguiríamos ser competitivos”, enfatiza o produtor de soja de Cerejeiras, Laércio Zenati.
Além da presença de pesquisadores e analistas da Embrapa, parceiros, produtores, técnicos, empresários e estudantes, o dia de campo contou também com a participação do diretor executivo da Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange), Ricardo Tatesuzi, que apresentou oportunidades de mercado para a soja convencional.
“Rondônia tem potencial para atender mercados que estão exigindo a soja livre de transgênicos e é importante que o produtor conheça as exigências, assim como os processos de negociação para que possam atuar de forma mais eficiente e competitiva”, afirma Ricardo Tatesuzi, reforçando ainda a vantagem logística do estado. “Hoje mais de 95% da produção de soja em Rondônia é convencional, o que facilita a segregação e diminui a possibilidade de contaminação com a soja transgênica, atendendo as especificações internacionais para a exportação do produto”.
O próximo dia de campo do Programa Soja Livre será no dia 15 de março, em Ariquemes, na unidade demonstrativa localizada no Instituto Federal de Rondônia (Ifro), RO – 257, Km 13, zona rural, às 8:30h.
Programa Soja Livre
O Programa Soja Livre em Rondônia é resultado da parceria entre Embrapa, Associação Brasileira de Produtores de Grãos Não Geneticamente Modificados (Abrange), Associação dos Produtores de Soja de Rondônia (Aprosoja/RO) e parceiros como a Boa Safra Produtos Agropecuários, o Grupo AMaggi, a Sementes Quati e o Instituto Federal de Rondônia.
Fonte: Embrapa
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