Soja

De olho na soja precoce, produtores temem prejuízos na colheita do tardio

Em Mato Grosso, foram registrados dez casos do doença até início de janeiro


Publicado em: 10/01/2013 às 13:50hs

De olho na soja precoce, produtores temem prejuízos na colheita do tardio

Os casos de ferrugem asiática nas lavouras de soja de Mato Grosso aumentaram para dez focos na safra 12/13. Apesar da quantidade registrada pelo Consórcio Antiferrugem não representar o que de fato está ocorrendo no campo, por ser um sistema de amostragem, a preocupação do produtor cresce junto com a possibilidade da doença se proliferar na soja de ciclo médio e longo. A oleaginosa de ciclo precoce foi o termômetro para identificar se os prejuízos com a ferrugem serão proliferados para todas as lavouras do estado.

O resultado deve ser divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nas próximas semanas, quando os trabalhos em campo terão continuidade. De acordo com o coordenador de Defesa Sanitária Vegetal do Mapa, em Mato Grosso, Wanderlei Dias Guerra, os primeiros focos registrados no estado foram fundamentais para que o produtor redobrasse os trabalhos com manejo.

"Em julho de 2012 identificamos a presença da soja guaxa, remanescente da safra passada, no período do vazio sanitário. No começo do plantio encontramos as mesmas sojas guaxa mas com ferrugem asiática. Essa condição causou preocupação no setor quanto ao surgimento antecipado da doença", pontuou. Segundo ele, a situação foi controlada porque, em dezembro, o clima seco e as chuvas pontuais impediram que a doença se proliferasse com mais rapidez e facilidade.

Se acordo com ele, o próximo passo é descobrir se o produtor fez o trabalho correto. "Vamos identificar na soja precoce se as aplicações foram suficientes ou se teremos problemas com a safra de ciclo tardio". Mas o pesquisador da Fundação MT, Fabiano Siqueri, acredita que a ferrugem asiática não causou prejuízos na soja precoce. "A expectativa de que a doença pudesse chegar mais cedo felizmente não aconteceu".

No entanto, ele alerta que a mudança do padrão climático pode inverter para uma situação preocupante. "O clima fica mais úmido e a doença tem mais chance de se disseminar". Conforme ele, o produtor deve continuar de olho no campo com aplicações de 14 a 14 dias, no mínimo. "O momento é de atenção máxima", enfatiza.

Dados

De acordo com o Consórcio Antiferrugem foram identificados 40 focos de ferrugem asiática nas lavouras de soja espalhadas pelo país. Desses, 14 estão em campos paranaenses - o estado lidera o ranking em número de casos da doença.

Fonte: Agrodebate

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