No último levantamento, há um mês, as vendas antecipadas da nova safra, que ainda será plantada, somavam 25 por cento.

"(As vendas) estão com ritmo bem mais forte que o normal", disse Flávio França Jr, analista da Safras.

"O produtor tem dois objetivos: aproveitar preços, em reais, aproveitando a trava cambial; e antecipar as compras de insumos, principalmente os fertilizantes, que já subiram de preço."

A média de vendas antecipadas para este momento do ano, em safras anteriores, era de 6 por cento.

Em relação à safra 2011/12, que está sendo encerrada, as vendas totalizam 92 por cento, segundo dados coletados pela Safras até 29 de junho.

Em igual período do ano passado o volume comercializado era de 71 por cento do volume colhido.

"Levando-se em conta uma safra estimada em 66,331 milhões de toneladas, o volume de soja já comprometido chega a 60,9 milhões de toneladas", afirmou a consultoria, em nota.

No último levantamento da Safras, no início de junho, o volume de vendas era de 86 por cento.

"Desta vez a motivação das vendas ficou concentrada na variável preço, que voltou a bater recordes consecutivos nas últimas semanas", ressaltou a Safras.

O indicador diário de preços Cepea/BMF&Bovespa para a soja em Paranaguá, que serve como referência para o mercado em todo o país, opera nos últimos dias acima de 71 reais a saca de 60 kg, acumulando alta de 45 por cento desde o início do ano.

As cotações no mercado no Brasil, que está na entressafra, ganham sustentação do mercado internacional, com uma seca ameaçando a produção em 2012 dos Estados Unidos, os maiores produtores da oleaginosa.