Soja

Colheita de soja avança e quebra desponta no bolso do produtor gaúcho

Região possui produtividade variada, desde 5 até 55 sacas por hectare


Publicado em: 02/04/2012 às 16:50hs

Colheita de soja avança e quebra desponta no bolso do produtor gaúcho

Cerca de 35% da área destinada a soja nos 71 municípios de abrangência da Emater Regional de Passo Fundo, que cultivaram cerca de 825 mil hectares já foram colhidos. As quebras são as mais variadas, com localidades obtendo de 5 até 55 sacas por hectare. O impacto será direto aos produtores e indireto no comércio e prestação de serviços, entre outros setores, devido a menor receita.

Conforme o professor da UPF, doutor em Fitotecnia, Mauro Antonio Rizzardi, nas proximidades de Passo Fundo, os danos são menores, em torno dos 35%. Ele aponta que nas últimas três safras os sojicultores tiveram bons resultados e, por isso, em sua maioria estavam capitalizados. Os que estão descapitalizados e com dívidas vão passar por um período de dificuldades, devido à frustração da safra de milho e de soja.

Em função dessa condição, o professor diz acreditar que haverá um maior investimento na formação das lavouras de inverno, assim como a ampliação da área ocupada pelas culturas.

Rizzardi salienta que nas últimas safras os produtores estavam obtendo melhores resultados com cultivares precoces e, principalmente nas áreas implantadas no cedo. Assim, grande parte optou por antecipar o plantio e utilizou cultivares precoces. “Por isso que os danos foram mais concentrados e, mais elevados no início da colheita”, acrescenta.

O professor da UPF aponta a importância do escalonamento da época de semeadura, a escolha de cultivares e ciclos diferentes, para não haver maturação na mesma época, além da necessidade de ter um programa de manejo e conservação do solo, de maneira que evita a situação atual. “Ainda deve-se realizar o plantio direto, com rotação de culturas e cobertura do solo com palha, para te rum ambiente que retenha maior quantidade de água”, destaca. Rizzardi aponta que o aspecto negativo deve servir como aprendizado, na medida em que a recomendação da pesquisa indica o parcelamento das épocas de semeadura, nem mesmo a centralização em apenas um material genético.

Armazenamento de água

Rizzardi afirma que o produtor que tiver condições de armazenar água na propriedade, de trabalhar com sistema de irrigação, seja em propriedade grande ou pequena, deve pensar nesta possibilidade cada vez mais, pois se trata de uma prática de custo elevado, mas ao mesmo tempo, da retorno. Além disso, também é preciso investir no solo, estruturá-lo melhor, a fim de que ele consiga armazenar maior quantidade de umidade e, por conseqüência, suprir a necessidade que a planta necessita por um período maior de tempo.

Variação da produtividade

Conforme o agrônomo da Emater, Cláudio Dóro, a região que abrange municípios de Sarandi, Rondinha, Ronda Alta, Novo Xingu, Chapada, Palmeira das Missões, Seberi, Frederico Westphalen, a produtividade é mais baixa, com grande concentração de Proagro. Já nas proximidades de Passo Fundo, em direção a Tapejara, Moliterno, Santa Cecília, David Canabarro, as produtividades são superiores, entre 35 a 40 sacas por hectare. Em média, a região, tem quebra acima de 50%, segundo Dóro.

O agrônomo salienta que o produtor está atento ao mercado, que nos últimos 20 dias reagiu, provocando aumento de 20%, com a saca estando cotada em R$ 52,00.

Dóro diz que o agricultor vai investir nas lavouras de inverno, porque terá de fazer caixa para pagar os investimentos.

Prejuízos

De acordo com Dóro, a expectativa inicial era de serem colhidos 2.700 quilos por hectare, mas a estimativa no momento é de colher 27 sacos por há. Assim, os prejuízos diretos ao produtor estão em R$ 753 milhões, sem contar os danos indiretos.

Fonte: Diário da Manhã

◄ Leia outras notícias