Publicado em: 08/08/2024 às 18:40hs
O Brasil, líder global na produção e exportação de soja, alcançou a maior importação da oleaginosa dos últimos 21 anos. De janeiro a julho de 2024, o país importou 752 mil toneladas de soja, um impressionante aumento de 709% em comparação ao mesmo período de 2023, conforme dados divulgados nesta terça-feira (6) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
Este crescimento nas importações é atribuído a uma safra menor neste ano, estimada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 147 milhões de toneladas, abaixo das previsões iniciais que apontavam para cerca de 160 milhões de toneladas. A demanda interna por soja também está em alta, com a moagem projetada para atingir 54,5 milhões de toneladas, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).
Além disso, o Brasil tem aumentado suas exportações de farelo de soja, ampliado a mistura de biodiesel no diesel e mantido um ritmo acelerado nas vendas externas. Segundo a AgRural, as exportações de soja devem alcançar 95 milhões de toneladas neste ano, enquanto a Abiove prevê 98 milhões de toneladas, um volume consistente com o desempenho dos últimos anos, embora abaixo dos 102 milhões de toneladas registrados em 2023.
As importações de soja até julho deste ano são superadas apenas pelas de 2003, ano em que o Brasil também enfrentou uma redução na safra. A maior parte das importações é originária do Paraguai e visa equilibrar o forte ritmo das exportações. No mês passado, o país exportou 11,25 milhões de toneladas de soja pelos seus portos, estabelecendo um recorde para este período do ano. No acumulado de janeiro a julho, as vendas externas somaram 75,4 milhões de toneladas, 4% acima de 2023. No entanto, as receitas caíram para US$ 32,9 bilhões, uma redução de 14% devido à queda dos preços internacionais.
A China, que enfrentou uma diminuição na safra americana em 2023 e questões geopolíticas, continuou a ser o principal destino das exportações brasileiras de soja, absorvendo 73% do volume exportado.
Além da soja, o café, o algodão, a carne bovina, o açúcar, os animais vivos e a celulose têm se destacado na balança do agronegócio. As receitas com café chegaram a US$ 5,7 bilhões até o momento, representando um aumento de 51% em relação a julho de 2023. A carne bovina gerou US$ 6,2 bilhões, com uma alta de 21%, enquanto as carnes de aves somaram US$ 5,1 bilhões, evidenciando uma queda de 8% no período.
No setor de importações, o Brasil está adquirindo mais trigo devido à safra reduzida do cereal em 2023, após um ano recorde em 2022.
Fonte: Portal do Agronegócio
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