Publicado em: 17/06/2013 às 18:10hs
Aumentar a produtividade nas lavouras é a alternativa encontrada por sojicultores mato-grossenses para compensar os altos custos com escoamento, falta de armazenamento e impedimentos ambientais. O Estado é o maior produtor de soja do país, cultivando a cada safra em torno de 8 milhões de hectares.
Durante o seminário Caminhos da Soja, o presidente da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) e ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, destacou que nas últimas décadas foi obtido um aumento de 62% na produtividade nas lavouras brasileiras. Resultado das boas carcterísticas e correção do solo, incentivos contra o desmatamento e desenvolvimento de biotecnologias.Com este salto, o Brasil conseguiu atingir os mesmos níveis de produtividade dos Estados Unidos, passando a liderar as exportações da oleaginosa.
É responsável pelo abastecimento de 31% do mercado externo. “Brasil aumentou 299% sua produção de grãos em 50 anos. Passamos a cultivar 75 milhões de hectares, e a soja ocupa 27,7% desta área”.
O maior desafio ainda é, segundo ele, a falta de infra estrutura. No Brasil 61% da produção é transportada por rodovias. O tempo de espera no porto de Paranaguá, para onde vai grande parte da produção mato-grossense, é de 60 a 70 dias, enquanto em Santos é de em média 50 dias. “Como não tem expectativa de melhorar logística resta ao setor investir em tecnologias para aumentar produtividade nas lavouras”.
Presidente da Associação dos Produtores de Soja do Brasil, Glauber Silveira, ressalta que o setor perde 3,5 bilhões de dólares por safra por falta de logística. A expectativa é que este valor caia para 1,6 bilhões até 2017, com os novos investimentos feitos pelo Governo Federal. Um montante de R$ 5 bilhões está sendo investido na ampliação das vias de transporte pelos meios aquaviário e ferroviário. Hoje eles fazem 14% e 21% do escoamento, respectivamente. Após as obras passarão para 29% e 35%. “Com isso apenas 32% da nossa produção será transportada via terrestre. Isso vai garantir a redução nos nossos custos”.
Um dos projetos que vai beneficiar principalmente os produtores mato- grossenses é a pavimentação da BR- 163 até Santarém, o que deve ocorrer até 2015. Com isso a soja hoje levada até Paranaguá ou Santos, poderá ser despachada pelo porto de Santarém. “Hoje produtores de Sinop, por exemplo, recebem R$ 17 por saca de milho, quando poderiam receber R$ 22 se o escoamento fosse por Santarém”, destacou o consultor em logística da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, Luiz Fayet.
Fonte: A Gazeta
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