Publicado em: 10/01/2025 às 10:58hs
A Argentina deve ultrapassar 41 milhões de toneladas no esmagamento de soja em 2024/25, consolidando-se como um dos principais players globais no setor. Segundo o relatório de dezembro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção de soja no país foi ajustada para 52 milhões de toneladas, o que levou à elevação do esmagamento, anteriormente projetado em 40 milhões de toneladas. Esse aumento reflete diretamente na produção global de óleo de soja, que agora é estimada em 65,9 milhões de toneladas, um crescimento de 1% em relação ao relatório anterior.
Apesar do aumento da produção, o mercado internacional de farelo de soja fechou 2024 com queda acumulada de 23% em relação a 2023, encerrando dezembro na Bolsa de Chicago (CBOT) com cotação média de USD 290 por tonelada, a menor desde agosto de 2020. Esse movimento é atribuído à maior oferta global e ao aumento dos estoques internacionais. No caso do óleo de soja, os preços recuaram 8% em dezembro, para USD 41 centavos por libra-peso, refletindo uma oferta robusta e a desvalorização do óleo de palma, importante concorrente.
No Brasil, no entanto, o mercado interno registrou comportamento distinto. Em Rondonópolis (MT), o farelo de soja fechou dezembro com alta de 2,1%, alcançando R$ 1.944 por tonelada, enquanto o óleo de soja subiu 3,9%, cotado a R$ 6.152 por tonelada. Esse aumento foi impulsionado pela demanda interna, especialmente das indústrias de biodiesel, que foram beneficiadas pela elevação da mistura obrigatória de biodiesel no diesel, de 12% para 14%, em março de 2024. No acumulado do ano, o farelo no Brasil sofreu uma queda de 15% em relação a 2023.
Nos Estados Unidos, o esmagamento de soja alcançou um recorde de 5,3 milhões de toneladas em novembro, o maior já registrado para o mês, segundo dados da Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas (NOPA). Desde setembro, o acumulado do processamento no país atingiu 15,5 milhões de toneladas, um avanço em comparação com as 14,8 milhões processadas no mesmo período de 2023.
A Indonésia, maior exportadora mundial de óleo de palma, anunciou um plano para elevar a mistura de biocombustível no diesel de 35% para 40% (B40) a partir de janeiro de 2025. No entanto, o governo enfrenta dificuldades para implementar a medida sem subsídios, o que poderá impactar as exportações e os preços globais de óleo de palma, que já subiram quase 20% em 2024.
Na Argentina, embora as chuvas até dezembro tenham indicado boas condições climáticas para a safra, especialistas apontam que uma possível redução das precipitações pode gerar incertezas no mercado de farelo e óleo de soja. Entretanto, com a elevação do esmagamento na Argentina e no Brasil, a oferta de derivados deve seguir robusta no próximo ciclo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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