Publicado em: 26/02/2013 às 11:50hs
As chuvas contínuas e o calendário cada vez mais apertado para concluir a colheita da safra 2012/13 de soja em Mato Grosso têm provocado uma verdadeira corrida dos agricultores por secadores. Os serviços e os espaços ficaram mais disputados, já que muito grão retirado do campo apresenta alta umidade. Até a última semana o estado havia colhido 43% dos 7,8 milhões de hectares reservados à cultura.
Em Sinop, município a 503 km de Cuiabá, Jaime Farinon amarga um atraso de três dias na colheita em função das chuvas. As máquinas estão no campo, mas só conseguem trabalhar mediante condições favoráveis.
"Já chegamos a colher soja com 27 graus de umidade e criar problema na secagem. Ainda está secando soja úmida de três dias atrás. Mil sacas levam uma hora. As que estão lá levam cinco a seis horas. Fica a morosidade, pois não tem secador suficiente para um produto tão úmido assim", disse o agricultor.
A região concentra um dos principais polos produtivos do estado e já são comuns filas de caminhões e carretas para descarregar o produto nos secadores. "Está difícil para o armazém, para o agricultor, para o motorista. Para quem está puxando por saca é prejuízo. No ano passado, fazia-se de três a quatro viagens por dia, de acordo com a distância. Hoje é uma, ou no máximo duas", diz Egídio Feix, caminhoneiro.
A umidade registrada nos grãos de soja também reduziu a capacidade de secagem em algumas empresas especializadas. No armazém de uma cooperativa, a capacidade é para secar 120 toneladas de soja por hora quando o grão chega com umidade de 18% em média. Agora, caiu para 30 toneladas a hora.
"A soja tem vindo do campo com umidade com percentual de 22%, chegando a 35% a 40% em algumas situações. Acima de 25% demora em torno de 4 horas para secar. Realmente é um tempo muito longo e faz com que o produtor permaneça na fila por um período maior, gerando descontentamento para o agricultor e para os armazéns, tornando o processo mais oneroso, gerando insatisfação", explica o gerente da cooperativa, Nilson Roque.
Ainda conforme o representante, soja com alto grau de umidade implica em custos maiores com o frete até o secador, demora na descarga e maiores chances de o grão sofrer avarias.
Jaime Farinon, agricultor em Sinop, destaca ainda que o grau ideal de umidade da soja - quando retirada do campo - é de até 14 graus. Quando o nível encontra-se até este patamar o grão passa por processo de limpeza para eliminar as impurezas e pode seguir direto aos armazéns.
Se for ao secador e após seca, é preciso aguardar que o material fique resfriado para, posteriormente, ir às unidades de armazenamento. Isto porque, conforme o produtor, se não respeitada esta etapa a soja que chega até os cilos pode sofrer nova variação de umidade e apresentar avarias e perder qualidade.
Fonte: Agro Debate
◄ Leia outras notícias