Pragas e Doenças

Incidência de mancha-aureolada e risco de nematóides preocupam cafeicultores

A mancha aureolada, causada pela bactéria Pseudomonas syringae pv. Garcae continua a atacar severamente algumas regiões produtoras e ser uma preocupação, sobretudo, para lavouras em formação, de altitude e em faces expostas a ventos


Publicado em: 27/03/2012 às 13:00hs

Incidência de mancha-aureolada e risco de nematóides preocupam cafeicultores

Na quarta-feira (21), na programação do I Encontro de Atualização em Fitopatologia, organizado pelos núcleos de estudo em Fitopatologia (Nefit), em Cafeicultura (Necaf) e em Pós-Colheita do Café (Pós-Café) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), dois temas que tem preocupado a cafeicultura nacional foram colocados em destaque: a alta incidência da mancha-aureolada e o risco de disseminação do nematóide formador de galhas Meloidogyne paranaensis, uma das espécies mais nocivas ao cafeeiro.

A mancha aureolada, causada pela bactéria Pseudomonas syringae pv. Garcae continua a atacar severamente algumas regiões produtoras e ser uma preocupação, sobretudo, para lavouras em formação, de altitude e em faces expostas a ventos. O alerta de alta incidência foi feito durante a palestra da pesquisadora do Instituto Biológico (IB) do Estado de São Paulo, Flávia Rodrigues Alves Patrício.

Segundo a pesquisadora, assim como em outras regiões produtoras, amostras coletadas em lavouras no Sul de Minas e no Cerrado mineiro apresentaram a doença com relativa freqüência e, em algumas situações, com gravidade. A mancha aureolada é uma doença que causa prejuízos mesmo em lavouras bem cuidadas, especialmente em lavouras novas e cafeeiros podados.  Os frutos em formação também são mais susceptíveis. 

Segundo Patrício, em 2011 houve alta taxa de infestação nos viveiros, o que preocupa ainda mais o setor produtivo, visto que a melhor forma de controle é não permitir que a doença penetre na planta. Outro problema está na dificuldade de diagnosticar a doença no campo, já que a doença pode causar seca de ramos e desfolha sendo, com relativa freqüência, confundida com mancha de phoma ou mesmo distúrbios nutricionais ou climáticos.

Segundo resultados de pesquisas, o controle deve ser principalmente preventivo, por meio da instalação de quebra-ventos, quando possível, ainda durante a formação da lavoura. Porém, se a doença estiver presente no campo, para uma melhor convivência podem ser efetuadas pulverizações com cúpricos, antes e após o período de colheita.

Levantamento de Nematóides


A pesquisadora da Epamig Sônia Maria de Lima Salgado fez uma explanação sobre os desafios do levantamento e riscos de nematóides paranaensis em solo mineiro. Em suas considerações, ela ressaltou a importância de identificar as espécies predominantes nas lavouras. A pesquisadora chamou mais uma vez a atenção para o tema, apontando para a necessidade de apoiar as iniciativas de contenção da doença, evitando a disseminação do nematóide a partir de focos já localizados, com especial atenção a levar as informações ao produtor. Também reforçou o desafio de levar as pesquisas do laboratório para o campo, em áreas infestadas, buscando alternativas práticas para a contenção da doença. Segundo dados de pesquisa, a resistência genética é apontada como alternativa para driblar a doença, já que a área, uma vez infestada, torna-se difícil o controle.

O levantamento do nematóide em solo mineiro foi apontado como uma das prioridades no relatório final do Fundo Estadual do Café, criado recentemente pelo governo de Minas, mas ainda não iniciado. Atualmente, uma equipe coordenada pela pesquisadora Sônia Salgado realiza um levantamento piloto em 11 municípios do sul de Minas, com o apoio da Emater e recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig).

Fonte: Polo de Excelência do Café

◄ Leia outras notícias