Publicado em: 27/03/2025 às 11:45hs
O estado de Goiás mantém seu status como área livre da mosca-da-carambola (Bactrocera carambolae), uma praga de caráter quarentenário que ameaça a fruticultura e pode gerar restrições comerciais em nível internacional. Esse status fitossanitário é preservado por meio de um trabalho contínuo de inspeção e vigilância conduzido pela Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), em colaboração com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e os produtores rurais.
Com o objetivo de evitar a introdução da praga no estado, a Agrodefesa realiza monitoramentos regulares, utilizando 40 armadilhas estrategicamente posicionadas em locais de grande movimentação, como pontos de trânsito de cargas e áreas de circulação de pessoas vindas de regiões afetadas pela praga. A cada quinze dias, fiscais estaduais agropecuários acompanham 38 dessas armadilhas, distribuídas em 34 municípios, incluindo cidades como Anápolis, Goiânia, Rio Verde e Jataí. Outras duas armadilhas estão localizadas no Aeroporto de Goiânia e na Rodoviária da capital, sendo supervisionadas por auditores federais do Mapa. Até o momento, não foram registradas ocorrências da Bactrocera carambolae em Goiás, o que corrobora a eficácia das ações de vigilância e prevenção.
Embora a mosca-da-carambola ainda não tenha sido detectada em Goiás, ela está presente nos estados do Amapá, Pará e Roraima, onde afeta diversas frutas, como carambola, citros (como a laranja), goiaba, manga e mamão. A introdução da praga em Goiás poderia prejudicar a exportação de frutas, resultando em embargo de cargas e aumento das exigências fitossanitárias no comércio internacional. José Ricardo Caixeta Ramos, presidente da Agrodefesa, destaca a importância da manutenção do status fitossanitário do estado, afirmando que ele fortalece a fruticultura local e assegura que os produtos goianos atendam aos padrões exigidos para o mercado nacional e internacional.
Os danos causados pela mosca-da-carambola vão além da destruição das frutas, que apodrecem e caem prematuramente. O impacto econômico é significativo, pois eleva os custos de produção devido às medidas de controle necessárias, além de restringir o comércio interestadual e internacional. A erradicação da praga em áreas infestadas envolve ações rigorosas, como o controle químico, destruição dos frutos hospedeiros e restrições no transporte de produtos agrícolas.
Leonardo Macedo, assessor técnico da Diretoria de Defesa Agropecuária, ressalta a importância do monitoramento contínuo para garantir a competitividade da fruticultura estadual no cenário global. “A presença dessa praga no estado causaria grandes prejuízos a toda a cadeia produtiva", alerta Macedo.
A Bactrocera carambolae é uma mosca-das-frutas da família Tephritidae e é classificada como uma praga quarentenária no Brasil. Os adultos medem entre 7 e 8 mm, com tórax negro e abdome amarelado, com listras negras em formato de "T". As fêmeas depositam ovos sob a casca dos frutos, e as larvas se alimentam da polpa, resultando em perdas na produção.
Mariza Mendanha, coordenadora do Programa de Prevenção e Controle de Pragas em Citros da Agrodefesa, explica que a presença da praga pode ser identificada por sinais como perfurações na casca dos frutos e áreas de apodrecimento. Ela destaca que a colaboração de produtores e da população é essencial para o sucesso do trabalho preventivo. “Em caso de qualquer suspeita, é fundamental que a Agrodefesa seja comunicada imediatamente pelo telefone 0800 646 1122. Trabalhando juntos, podemos garantir a sanidade vegetal do nosso estado”, conclui Mariza.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias