Publicado em: 30/01/2013 às 19:10hs
Mas os produtores estão preocupados, agora, com as chuvas em fevereiro, que podem proporcionar condições favoráveis para o fungo.
Este ano, no entanto, segundo o fiscal federal agropecuário do Ministério da Agricultura Wanderlei Guerra, devido ao preço da soja, os produtores investiram em novas tecnologias no combate à doença.
Ainda assim, foram detectados pontos afetados pela ferrugem em 85% das plantas guaxas no vazio sanitário. “O clima se tornou adequado para a ferrugem e inadequado para as aplicações de controle”, explica Guerra.
De acordo com ele, a região amargou no ano passado prejuízos de aproximadamente R$ 1 bilhão devido aos problemas com a doença.
Outro alerta do fiscal é com relação ao plantio da soja safrinha em Mato Grosso. “Por causa do preço da soja e onde a condição de chuva se estende mais tarde, tem muito produtor se aventurando a plantar soja sobre soja”, revela.
Para evitar o problema, Guerra diz que este ano os alertas para a adoção das medidas preventivas contra o fungo serão antecipados, antes mesmo do período de vazio sanitário.
Guerra disponibiliza, na sua página do Facebook, sugestões e alertas sobre as medidas de controle e prevenção das doenças que afetam a soja. Ele é encontrado na rede social como Wanderlei Dias Guerra.
Dessecação
O entusiasmo com os preços da soja, além do plantio tardio da oleaginosa, tem motivando alguns produtores a realizar a dessecação pré-colheita antes do previsto. “Temos percebido que os produtores têm dessecado a soja antes para colher o quanto antes para plantar o milho e garantir rentabilidade”, explica Guerra.
Contudo, a medida tem afetado a produtividade das lavouras, segundo ele. “Tem lavoura perdendo, em média, 15 sacas por hectare por causa da dessecação precoce”, relata.
O produtor de Sorriso (MT), Paulo Triches, diz que a produtividade de alguns sojicultores que estão antecipando a dessecação tem reduzido em até 50%. “Para plantar milho, o pessoal andou dessecando muita área e está perdendo muita soja”, conta.
Segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a média parcial da produtividade da soja em Mato Grosso está em 50 sacas por hectare, com 7% de área colhida. A expectativa, até o momento, é de que a safra seja concluída com uma produtividade de 51 sacas por hectare, na média geral do Estado.
Em áreas de plantio consolidadas, a produtividade chega a 60 sacas por hectare, mas houve muita expansão de área de pastagem degradado que foi agregada este ano, o que tende a reduzir a média geral do Estado, de acordo com o levantamento do instituto.
Fonte: Gazeta do Povo
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