Publicado em: 16/09/2013 às 09:40hs
O inseto, em abril, era constatado em três estados brasileiros. Atualmente, já está confirmado em mais de dez. É considerado praga exótica de importância econômica que demanda esforços de contenção, controle e pesquisa.
Conforme os pesquisadores, já foram iniciadas ações pelas secretarias de agricultura dos estados onde a praga já foi notificada e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que consideram as estratégias de controle propostas pela Embrapa para ações emergenciais.
A Embrapa também identificou trabalhos desenvolvidos no exterior, em fase de aperfeiçoamento, necessários para conhecer melhor o comportamento e a dinâmica da praga no ambiente brasileiro e até oferecer futuras opções para ampliar a disponibilidade de alternativas para o controle do inseto, com menor impacto ambiental. Essas ações de pesquisa estão sendo propostas no âmbito do Arranjo Helicoverpa armigera.
Entre os trabalhos já desenvolvidos, a Embrapa Meio Ambiente disponibilizou em junho resultados de trabalhos do LQC em Nota Técnica. Parte desses resultados serão apresentados no Simpósio de Controle Biológico - Siconbiol 2013, em Bonito, MS, de 16 a 18 de setembro.
De acordo com a avaliação da equipe do LQC, as estratégias de manejo integrado de controle do inseto também devem estar fundamentadas em estudos prospectivos de estimativas das durações das fases imaturas de desenvolvimento de H. armigera em localidades brasileiras, considerando o período de safra do cultivo atacado. Além disso, é necessário determinar a provável quantidade de gerações da praga por ciclo das plantas hospedeiras preferenciais, bem como os períodos mais favoráveis à maior disponibilidade de ovos, lagartas, pupas (estas últimas enterradas no solo) e de mariposas (fase adulta), fundamentando a identificação da melhor estratégia de controle para cada fase de desenvolvimento do inseto.
Conforme a pesquisadora Maria Conceição Pessoa, da equipe da Embrapa Meio Ambiente, “dados disponibilizados para acesso público por instituições de pesquisa e de assistência técnica do estado de São Paulo possibilitaram ao LQC ranquear os maiores produtores de milho, algodão, tomate, feijão e soja, como também identificar condições climáticas desses municípios”.
Além disso, como salienta o pesquisador Luiz Alexandre de Sá, “o LQC é a única estação quarentenária credenciada pelo Mapa autorizada para avaliar as introduções de potenciais bioagentes exóticos de controle demandadas e autorizadas. Assim, já dispunha de acervo organizado sobre as características biológicas de H. armigera, praga quarentenária A1, fruto de atividade realizada em projeto desenvolvido pelo LQC por edital Mapa/CNPq”.
Entre os dez maiores produtores de cada cultivo, a pesquisadora Jeanne Marinho Prado, também da equipe do LQC, informa que foram identificados municípios com maior produção e número de cultivos hospedeiros principais do inseto, muitos dos quais com esses plantios durante a maior parte do ano em função dos seus diferentes períodos.
Desse modo, áreas ao norte e a sudoeste do estado concentram municípios com pelo menos quatro cultivos hospedeiros preferenciais, motivo pelo qual o trabalho do LQC priorizou estimar gerações de H. armigera nessas áreas.
Na área sudoeste do estado, Itapeva foi identificado como grande produtor de milho, tomate, algodão, soja e feijão. Conceição explica que as características climáticas e de períodos de plantios dos cultivos foram utilizados para simular o potencial desenvolvimento da praga em soja, feijão, tomate, milho e algodão na região sudoeste do estado, considerando as necessidades térmicas das diferentes fases do ciclo de desenvolvimento de H. Armigera, trabalho já realizado pela equipe.
O mesmo método possibilitou identificar outra área de produção expressiva de soja ao norte do estado, localizada na região de Barretos, pertencente a um dos grandes polos agroindustriais do estado, bem como outras áreas produtoras de cultivos hospedeiros preferenciais da praga, tais como aquelas pertencentes à regional de Orlândia.
As características climáticas de Guaíra, também na região de Barretos, grande produtora de soja, foram utilizadas para as estimativas de desenvolvimentos de H. armigera, identificando os ciclos de desenvolvimento da praga nesse cultivo. A mesma simulação foi disponibilizada para a região norte do estado.
Para Sá “outras potenciais contribuições do LQC seriam a busca exploratória na fauna nativa brasileira (bioprospecção) ou introdução de insetos ou microrganismos exóticos para pesquisa de potenciais bioagentes de controle, visando subsidiar ações para planos de manejo integrado do inseto”.
Nesse contexto, os trabalhos do LQC a serem apresentados no Siconbiol, identificaram os potenciais bioagentes exóticos de controle em uso no exterior para o controle de H. armigera nos cultivos abordados.
O pesquisador, que também é representante da Embrapa Meio Ambiente no grupo gestor do Arranjo de Helicoverpa, indica que a Unidade priorizou, para este arranjo, ações de pesquisa voltadas para o desenvolvimento de um pulverizador apropriado aos controles químico e biológico da praga, a prospecção e disponibilização de produtos ou formulações que interrompam o desenvolvimento do inseto- produtos biológicos ou naturais fundamentados na busca de parasitoides exóticos ou na identificação de entomopatogenos/microganismos, proteínas, óleos essenciais ou extratos vegetais, a identificação da influência de condições climáticas no desenvolvimento e na sua dispersão a partir de cenários de simulação numérica de condições climáticas e de estimativas de necessidades térmicas da praga, a contribuição para as ações de estimativas de indicadores de tomada de decisão de controle e para ações de prevenção de resistência.
Fonte: Embrapa Meio Ambiente
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