Publicado em: 31/08/2012 às 08:40hs
A doença do mosaico do mamão continua causando prejuizos para produtores da fruta na região norte do Espírito Santo. É o caso de Paulo Bobbio, do municipio de Sooretama. O produtor que já havia perdido uma lavoura inteira há algumas semanas devido a contaminação da doença (causada por um vírus), nesta semana teve que derrubar mais uma plantação.
Contabilizando prejuízos, Bobbio diz que sua ação, mesmo com as plantas em plena produção, é para evitar a inviabilização da cultura na região. “Estou perdendo dinheiro, mas penso no futuro da atividade. O problema é que alguns produtores não estão retirando suas plantas contaminadas, o que tem prejudicado outros já que a planta doente é fonte de transmissão para outras áreas”, destaca.
E essa é a preocupação da Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Papaya (Brapex). A entidade trabalha na conscientização dos produtores de mamão e na intensificação da fiscalização para controlar a incidencia da doença. “Estamos realizando as ações necessárias, reunindo órgaos competentes e buscando minimizar os impactos negativos. Mas o produtor precisa fazer a parte dele”, destaca Rodrigo Martins, presidente da Brapex.
O corte compulsório dos mamoeiros doentes é obrigatório, de acordo com legislação específica. A realização do roguing, corte das plantas doentes logo no início dos sintomas, é a técnica recomendada para evitar a propagação do mosaico. “Se o produtor fizer o roguing terá uma perda de cerca de 3% da lavoura. Se ele não faz, a doença se espalha, contamina a lavoura e vira fonte para transmissão do vírus para plantações vizinhas. A perda é geral”, diz José Roberto Macedo Fontes, engenheiro agrônomo e diretor técnico Brapex.
São Paulo viveu situação parecida e quase parou de plantar mamão
No final da decáda de 70, o Estado de São Paulo passou por situação semelhante ao Espírito Santo e a Bahia com o ataque da doença do mosaico do mamão. A produção da fruta ficou inviabilizada no Estado. “A doença se espalhou de tal forma que as mudas já cresciam contaminadas e planta não chegava a produzir. Sabemos a prática correta de conviver com a doença. O produtor precisa ter um profissional capacitado para monitorar a lavoura e realizar a técnica recomendada”, destaca o diretor técnico da Brapex. A erradicação das plantas que apresentam sintomas é a única maneira de evitar a disseminação da doença.
Sintomas da doença
Inicialmente, ocorre um amarelecimento das folhas mais novas que, posteriormente, apresentam um aspecto de mosaico, ou seja, áreas verdes misturadas com áreas amarelas de tonalidades, formas e tamanhos variados. Outro sintoma é nos pecíolos das folhas, onde aparece as ranhuras oleosas com depressão. Trata-se também de um sintoma inicial e muitas plantas são identificadas através desses sinais. Os frutos podem apresentar manchas sob a forma de pequenos anéis concêntricos, verdes bem nítidos, com aspecto oleoso. Em estágios mais avançados, os anéis podem ficar necrosados e esbranquiçados.
Fonte: Assessoria de Comunicação Brapex
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