Pragas e Doenças

Biofungicida combate vassoura de bruxa do cacau

Ministério da Agricultura libera o uso do Tricovab, que impede a reprodução do fungo que destroi o cacaueiro


Publicado em: 16/03/2012 às 18:40hs

Biofungicida combate vassoura de bruxa do cacau

Há muitos anos a vassoura de bruxa destrói muitos cacauais pelo Brasil e há décadas os pesquisadores tentam desenvolver um biofungicida capaz de combater o fungo da vassoura de bruxa. Depois de muitos anos de teste, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento liberou em março o uso do Tricovab, um biofungicida da Ceplac (Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira ).

O Tricovab é composto pelo fungo Trichoderma stromaticum. Ele impede a reprodução da vassoura de bruxa porque parasita totalmente o fungo que causa a doença. A cada ano que passa você vai reduzindo a incidência do fungo da vassoura de bruxa na área por causa da competição natural proporcionada pelo tricoderb estromáticum. A eficiência chega a té 97% no controle da emissão de novos esporos do fungo da vassoura de bruxa — esclarece Manfred Müller, coordenador técnico-científico da Ceplac.

Muller explica que o fungo contido no Tricovab é produzido em grãos de arroz. É preciso inocular o fungo e deixar o grão de arroz fermentar com a multiplicação do tricoderb estromáticum na superfície do grão. Para utilizar o Tricovab na lavoura, o agricultor de cacau recebe os grãos de arroz em uma embalagem de 2 quilos, deposita em uma vasilha, dilui o fungo em água e aumenta o volume para 320 litros. Ele aplica a mistura nas vassouras secas que foram retiradas quando foi feita a poda fitossanitária ou diretamente nas vassouras secas presas na planta. Mas ele explica que o Tricovab não deve ser a única forma de combate utilizada pelos agricultores e recomenda o controle integrado.

O principal é o controle genético com o uso de clones tolerantes à vassoura de bruxa. Isso significa que mesmo com a incidência da doença a planta consegue produzir. Infelizmente, por enquanto, ainda não existem clones totalmente imunes a esse fungo. Outro controle é o cultural, através de poda fitossanitária. Você vai duas ou três vezes por ano à plantação e corta os ramos secos, em consequência do ataque — ensina.

Manfred diz que também há a opção do controle químico, mas que ele não é muito eficiente porque ainda não existe um químico capaz de controlar a vassoura de bruxa de forma satisfatória. Além disso, o controle químico é caro e pode causar problemas ambientais.

O controle biológico é mais eficiente do que o químico, porque o fungo parasita presente no Tricovab consegue impedir a reprodução da vassoura de bruxa. A doença pode causar danos de 40% a 100%, se não for controlada direito, porque além dos danos causados na planta, também causa danos no fruto e as amêndoas ficam emprestáveis para a comercialização — alerta Muller.

Fonte: Juliana Royo/Portal Dia de Campo

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