Pragas e Doenças

Cuidados com corós na safrinha....


Publicado em: 11/02/2011 às 20:20hs

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A expansão de cultivo de determinadas culturas e as constantes mudanças nos sistemas de cultivo tem resultado no aparecimento de novas pragas. Ano-a-ano, pragas que até então eram consideradas secundárias ou que nem mesmo atacavam determinada cultura, passam a causar danos.

Dentre as pragas de solo, destacam-se os corós, larvas de besouros, com hábito subterrâneo e rizófagas (alimentam-se de raízes) de besouros, as quais, embora possam ocorrer durante todo o ciclo da cultura, causam danos mais severos durante os estádios iniciais de desenvolvimento das plantas. A espécie predominante varia de região para região, mas todas têm hábitos semelhantes e causam o mesmo tipo de dano à soja. Na região dos Chapadões apresenta a ocorrência de 2 espécies Phyllophaga cuyabana e Lyogenis suturalis.

Os corós, independente da espécie, apresentam normalmente uma única geração por ano. Os adultos, que são besouros castanhos de 1,5 a 3,0 cm, aparecem no campo do final de setembro a meados de novembro. Durante o dia permanecem escondidos sob a superfície do solo, a até 15 cm de profundidade; à noite, saem para acasalar.  As larvas possuem tamanho variável, corpo em forma de “c”, coloração branca, com cabeça e pernas  marrons. Permanecem sob o solo durante todo seu desenvolvimento. O período larval dura em média, 10 meses do ano, sendo as larvas de 1º instar nos meses de novembro e dezembro, larvas de 2º instar nos meses de janeiro e larvas de 3º instar nos meses de fevereiro a agosto (SANTOS e ÁVILA, 2009).

Os sintomas de ataque vão desde o amarelecimento das folhas e desenvolvimento retardado até a morte das plantas, geralmente em reboleiras. A morte das plantas geralmente acontece quando estas são atacadas no início do desenvolvimento, pois, nesse caso, a tolerância das plantas é menor e, se a área estiver infestada com larvas com mais de 1,5 cm, estas podem consumir também a raiz principal, embora prefiram as raízes secundárias. Plantas atacadas, com sistema radicular seriamente danificado, podem apresentar tamanho reduzido e, por ocasião da colheita, uma redução no tamanho dos grãos, no número de vagens e no número de grãos por planta, diminuindo em até 50% a capacidade produtiva.

Os efeitos deletérios na produção de grãos podem ser intensificados sob condições de solos pobres, com camadas de compactação, ou sob condições de veranico em épocas críticas ao desenvolvimento da planta, pois a planta já encontra-se sob estresse ou até mesmo depauperada.

Com a semeadura do milho safrinha, em áreas infestadas, pode haver uma perca considerável na produção, e ainda perpetuando a praga no sistema para os próximos anos. Algumas medidas podem ser adotadas: dar preferência às cultivares com bom desenvolvimento radicular, ou seja, podem resistir melhor ao ataque de larvas, tratamento de sementes com inseticidas a base de Fipronil e Tiodicarb + Imidacloprido, que dependendo da infestação deve ser ajustada a dose do inseticida. Outra medida em função da alta quantidade da praga é a utilização de inseticidas a base de Clorpirifós no sulco de semeadura, que pode ajudar no manejo desta praga.

A detecção desta praga, amostrando o solo antes da semeadura é prática fundamental para o bom planejamento de uma estratégia, a fim de diminuir os danos da praga.

Os pesquisadores e técnicos da Fundação Chapadão estão sempre à disposição para solucionar qualquer dúvida referente ao manejo de plantas daninhas. O nosso telefone para contato é (67) 3562-2032.

Gabrieli Macedo (estagiária Fundação Chapadão) e Germison Vital Tomquelski (Eng.Agro Dr. Pesquisador - Fitossanidade da Fundação Chapadão)   www.fundacaochapadao.com.br

Fonte: Fundação Chapadão

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