Publicado em: 09/03/2012 às 13:50hs
a produção do Brasil, em conjunto com a Argentina, equivale à de transgênicos nos Estados Unidos, principal produtor mundial. Nesse contexto, a pesquisadora Deise Maria Capalbo, da Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna-SP), coordenadora do projeto Lac-Biosafety no Brasil, destacou o papel de cada país da América Latina que ratificou o Protocolo de Cartagena durante a abertura do workshop “Milho Transgênico: Realidade & Perspectivas”, que acontece até sexta-feira, 09, na Embrapa Milho e Sorgo (Sete Lagoas-MG).
O projeto Lac-Biosafety é uma iniciativa que visa fortalecer a capacidade técnica em biossegurança dos países participantes – Brasil, Colômbia, Costa Rica e Peru – tendo como referência as diretrizes que compõem o Protocolo de Cartagena. Segundo Deise Capalbo, a importância de se ratificar esse Protocolo é a transparência e o posicionamento perante a sociedade em todos os aspectos ligados à biossegurança. E, ao final da sua apresentação, ela levantou duas questões para debate: o intenso crescimento das culturas transgênicas e preocupações com o uso intensivo dessa tecnologia.
“A necessidade de se controlar pragas e a eficiência mostrada pelos transgênicos em casos difíceis podem explicar a crescente evolução do uso dessa tecnologia. Por outro lado, nós, pesquisadores, já estamos preocupados com hipóteses futuras, como a perda de resistência pelo uso não adequado dos organismos geneticamente modificados”, disse. Representantes do projeto Lac-Biosafety de cada país componente mostraram as realidades locais durante o primeiro dia do workshop. Veja abaixo os principais pontos abordados.
Guatemala
O país não produz comercialmente culturas geneticamente modificadas, mas não tem restrições à entrada de transgênicos para a produção de ração ou para a alimentação humana. Como o milho é alimento básico da dieta da população e também tem importância cultural e espiritual, não há controle da porcentagem de grãos transgênicos no país.
Honduras
Único país da América Central que permite testes em campo com transgênicos.
Paraguai
Estima-se que 90% do milho é geneticamente modificado, mas essa porcentagem é aproximada, já que muitas sementes adquiridas pelos agricultores não têm controle de procedência.
México
Possui áreas para experimentação em campo. São mais de 400 mil hectares plantados com algodão, soja e milho transgênicos.
Argentina
Após 15 anos de cultivos transgênicos, o país possui 22,9 milhões de hectares com milho, soja e algodão GM. Segundo o pesquisador Guillermo Eyhérabide, do Inta (Instituto Nacional de Tecnologia Agorpecuária), a percepção por parte dos agricultores é a de que os OGMs são a única solução tecnológica no quesito competitividade. “Essa tecnologia está fortemente concentrada”, ponderou.
Colômbia
A pesquisadora Elizabeth Aguilera, da Corpoica (Corporação Colombiana de Pesquisas Agropecuárias), apresentou um diagnóstico do país onde há dois sistemas de produção de milho; um tradicional, que ocupa 56% da área plantada, atingindo a produtividade de 1,6 toneladas por hectare, e um tecnificado, com 44% da área plantada, com uma produtividade que chega a 4,4 toneladas por hectare. “O milho GM representa entre 20% e 30% dos cultivos tecnificados”, disse. “Os principais insetos-alvo do milho Bt são a Diatraea saccharalis, a Spodoptera spp. e a Helicoverpa zea.”, completou.
Brasil
O chefe-adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Milho e Sorgo, Sidney Netto Parentoni, apresentou um diagnóstico do cultivo de milho transgênico no país, “que permeia toda a cadeia produtiva”. Entre os principais pontos, Parentoni destacou que a técnica é segura para a alimentação, que não apresenta impactos ambientais negativos e que atende às necessidades do produtor. “Graças ao aumento da produtividade e ao uso da biotecnologia, o agronegócio brasileiro é hoje a base da economia e da própria sociedade”, concluiu.
Mais informações: NCO (Núcleo de Comunicação Organizacional) da Embrapa Milho e Sorgo, Unidade da Embrapa, vinculada ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento): (31) 3027-1272 ou nco@cnpms.embrapa.br .
Fonte: Embrapa Milho e Sorgo
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