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"Temos a melhor tecnologia agrícola do mundo, mas se pararmos de investir, seremos ultrapassados", diz Roberto Rodrigues

Mais de 700 pessoas lotaram o auditório do Centro de Eventos de Sorriso, na abertura do II Encontro Regional de Sistemas Produtivos, na noite de segunda-feira (23)


Publicado em: 25/04/2012 às 09:00hs

"Temos a melhor tecnologia agrícola do mundo, mas se pararmos de investir, seremos ultrapassados", diz Roberto Rodrigues

Mais de 700 pessoas lotaram o auditório do Centro de Eventos de Sorriso, na abertura do II Encontro Regional de Sistemas Produtivos, na noite de segunda-feira (23), que contou com a presença ilustre do professor da Fundação Getúlio Vargas e ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que fez palestra sobre ‘Perspectivas do Agronegócio Brasileiro’.

Na oportunidade Rodrigues deu o recado de que o Brasil precisa fomentar mais suas políticas de comércio, políticas de infraestrutura e políticas de tecnologias. “Aliás, este último é outro tema fundamental, disparado, nós temos a melhor tecnologia agrícola do mundo. Acontece que isto é um processo dinâmico e se pararmos de investir, rapidamente seremos ultrapassados como está acontecendo com o setor do etanol”.

“O que nos falta é uma visão estratégia para o setor do agronegócio, que é de longe o mais importante do País, somos mais de um quarto do PIB, setor entre os que mais geram empregos no Brasil, respondemos por um saldo comercial na balança externa que é três vezes maior que o saldo do País, enquanto que outros setores são deficitários”, completou.

Considerou também que o agronegócio brasileiro é um setor sócio-econômico de suma importância e altamente sustentável.  “Uma palavra que é hoje exigida pelo mundo inteiro e que não tem o reconhecimento de políticas públicas consistentes nesta direção”, disse.

“Portanto, volto a salientar a necessidade de implementação de  estratégias do Estado que contemplem estas demandas e fomentem outras regiões brasileiras.  Esta é uma falta muito grande que ainda reflete de maneira pouco favorável para sermos ainda mais competitivos”, finalizou Rodrigues.

Na outra palestra, o gerente geral de Agronegócios do Banco do Brasil, José Alfredo Pinto proferiu a respeito do Programa ABC - Agricultura de Baixa Emissão de Carbono, em que destacou sobre quais as condições disponíveis de crédito para este programa e apontou ainda a carência de assistência técnica na elaboração de projetos nas propriedades.

Ele informou, por exemplo, que em específico ao Banco do Brasil há um montante disponível de R$ 850 milhões, sendo que deste total R$ 540 milhões já foram captados pelos produtores em 2012 e, especificamente para o Mato Grosso, o programa já destinou R$ 21 milhões.  “Mas o nosso objetivo é justamente esclarecer ao máximo para aplicarmos muito mais do que isso aqui nas propriedades mato-grossenses”.

De acordo com o executivo, o Programa ABC é uma linha diferente de financiamento. Em geral o produtor financia não apenas um item, mas sim, a finalidade do programa com a elaboração de propostas de planos de negócios com tecnologias de ponta aplicadas na agricultura  e pecuária com sustentabilidade.

“A concepção do programa tem por base a flexibilidade conforme a capacidade de pagamento do produtor. O próprio projeto vai dizer qual o prazo e limite para o financiamento de acordo com a linha de crédito e o item financiado pelo produtor”.

Nas considerações de Rui Prado, presidente da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso), a cidade de Sorriso é sem dúvida uma vitrine de tecnologia para todo o Brasil, uma região onde cada vez mais novas tecnologias são difundidas e repassadas para as demais regiões do País.

“Felizmente o produtor passou a olhar para o negócio dele como um sistema, como uma atividade que pode ser integrada com várias culturas, mais a pecuária e inserindo também a floresta plantada, tecnologias que já estão disponíveis e aptas a serem repassadas para outros produtores”.

Prado afirmou que Sorriso transformou-se num referência internacional do agronegócio. Uma região que passou a ser reconhecida como um importante polo de difusão destes novos processos produtivos.

“O quê mais necessitamos é do conhecimento, sem alcançar isso, não chegaremos a um progresso sustentável e, aqui neste encontro, temos vários exemplos de tecnologias no campo que agora estão à mostra como verdadeiras vitrines prontas para serem propagadas”.

DIA DE CAMPO - O II Encontro Regional de Sistemas Produtivos prossegue nesta terça-feira (24) com o Dia de Campo na Fazenda S. Maria da Amazônia onde os produtores vão conhecer seis vitrines tecnológicas com a apresentação pelos palestrantes dos respectivos temas, a seguir:

  • Gerenciamento da empresa rural no agronegócio: Daniel Ferreira Latorraca (Superintendente do IMEA MT);
  • Sustentabilidade ambiental e o agronegócio: Charton Jahn Locks (Aliança da Terra GO);
  • Avanço da Biotecnologia: Paulo Barroso (Embrapa Algodão GO)
  • Posicionamento das culturas em sucessão (safrinha): Clayton Giani Bortolini (Fundação Rio Verde);
  • Integração Lavoura, Pecuária e Floresta: Flávio de Jesus Wruck (Embrapa Arroz e Feijão, de Sinop-MT) ;
  • Eficiências dos sistemas de produção em pecuária de corte (pastagem x melhoramento animal): Bruno Carneiro e Pedreira (Embrapa Agrossilvipastoril).

Fonte: Texto Assessoria de Comunicações

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