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SHOW RURAL: Palestras mostram força do clima sobre o mercado

A irregularidade das chuvas, com redução na produtividade da soja e do milho em regiões como a de Campos Novos (SC), não deve ser o principal problema climático desta temporada e vai influenciar também a produção do Paraguai, da Argentina e dos Estados Unidos


Publicado em: 08/02/2013 às 16:10hs

SHOW RURAL: Palestras mostram força do clima sobre o mercado

A falta e o excesso de umidade vão determinar a direção dos preços, disseram os analistas do Ciclo de Palestras Informação e Análise do Agronegócio, promovido pela Gazeta do Povo na quarta-feira (06/02), no estande do Sistema Ocepar/Coodetec no Show Rural Coopavel. A uma plateia de mais de 100 pessoas, os dois palestrantes falaram sobre as oportunidades da safra 2012/13. “No clima e no mercado as oportunidades da safra 2012/13”, foi o tema abordado pelo meteorologista Luiz Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), que integra o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O analista Vinícius Xavier, da consultoria FCStone, falou sobre “O mercado de olho no clima”.

Sul - Lazinski avaliou que o Sul do Brasil tem sofrido com falta de umidade, mas que 80% das lavouras devem ter rendimento de bom a razoável. Ele disse que, nas próximas semanas, a irregularidade das chuvas deve persistir. Sua preocupação é até maior em relação à umidade da Amazônia retida na metade norte do mapa do Brasil e que provoca excesso de chuva nas lavouras de Mato Grosso ao Piauí – do Centro-Oeste ao Centro-Norte. Segundo o analista, a Argentina teve excesso de chuva no plantio e agora enfrenta estiagem mais grave que o Sul brasileiro. Ele acrescentou ainda que os Estados Unidos vão começar a safra 2013/14 com falta de umidade.Para Xavier são justamente essas variáveis climáticas que vão definir os rumos do mercado de grãos nos próximos meses. Segundo ele, a produção brasileira já está praticamente consolidada e a grande incógnita neste momento é a Argentina. “Mas mesmo que a produtividade fique nos mesmos níveis da temporada passada, ano de quebra, e os argentinos percam 10 milhões de toneladas de soja a América do Sul vai colocar no mercado 140 milhões de toneladas, o que é muita coisa”, disse.

Cenário - Na avaliação do analista, isso desenha um cenário baixista para a oleaginosa no médio prazo. Antes de se acomodar em níveis inferiores, contudo, as cotações da soja devem subir um pouco mais. “Nesta sexta o USDA [Departamento de Agricultura dos EUA divulga um relatório que deve mostrar um aumento na demanda mundial e impulsionar os preços [na Bolsa] em Chicago”, explicou. No caso do milho uma possível a quebra na Argentina teria impacto reduzido no mercado, pois a representatividade da produção sul-americana é pequena quando comparada à dos EUA, os maiores produtores e exportadores do cereal. Por isso, o balizador dos preços internos será a demanda. “No ano passado os EUA perderam mais de 100 milhões de toneladas, um quarto de sua safra, e por isso exportaram menos. Neste ano devem aumentar o plantio e recuperar produção”, justifica. O Ciclo de Palestra é uma realização do Agronegócio Gazeta do Povo em parceria com a Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar) e a Federação da Agricultura do Paraná (Faep).

Fonte: Gazeta do Povo

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