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SAFRA: Ocepar vê perdas na soja e no milho no Paraná por seca

O Paraná, maior produtor de milho do Brasil e segundo no ranking de produção da soja do país, já registra perdas no potencial produtivo das lavouras em função da seca, avaliou nesta quinta-feira (29/12) a Ocepar, a entidade que representa as cooperativas do Estado


Publicado em: 02/01/2012 às 16:45hs

SAFRA: Ocepar vê perdas na soja e no milho no Paraná por seca

As áreas do Paraná que mais carecem de chuva, que incluem o oeste, norte, noroeste e uma parte do sudoeste, cultivam cerca de dois terços da safra de soja do Estado e 40% do milho, segundo avaliação da Ocepar (Organização das Cooperativas do Paraná).
 
Estimativa - "A gente estima que 30% dos dois terços estão na fase mais suscetível a perdas (em floração e formação de grãos)...", disse o gerente técnico e econômico da Ocepar, Flávio Turra. Cerca de 70% das áreas que mais sofrem com a seca estão em desenvolvimento vegetativo, e os impactos da falta de chuva sobre essas lavouras é menor, acrescentou ele.
 
Tamanho - Segundo Turra ainda é difícil quantificar exatamente o tamanho da perda. "Quanto antes chover melhor, pois vai interromper o aumento das quebras de safras. Eu, particularmente, viajei para o sudoeste, e achei as lavouras muito feias", comentou ele. "Devemos ter perdas de milho e soja, mas principalmente soja..."
 
Previsão - Antes mesmo dos efeitos da seca, o governo do Estado já previa que o Paraná poderia colher cerca de 14 milhões de toneladas de soja na temporada 2011/12, abaixo do recorde de 15,3 milhões de toneladas da safra anterior, quando a produtividade foi recorde.
 
La Niña - A Secretaria da Agricultura já considerou em sua previsão os efeitos do fenômeno climático La Niña, que tende trazer menos chuvas para o Sul do país. No caso do milho primeira safra, a produção foi estimada antes da seca em 7,4 milhões de toneladas, contra 6,1 milhões de toneladas em 2010/11, em função de um aumento de cerca de 20% na área plantada. O governo deve atualizar sua previsão em janeiro. A previsão climática indica que as chuvas voltam de forma generalizada para o oeste do Paraná nos próximos dias
 
Reação - O mercado de Chicago, referência internacional para grãos, tem reagido nos últimos dias às previsões meteorológicas, que não apontam grandes volumes de chuva para o Sul do país.
 
Rio Grande do Sul - Outro Estado que preocupa o mercado norte-americano é o Rio Grande do Sul, que vem registrando poucas chuvas nas últimas semanas. Mas, segundo a Emater (órgão de assistência técnica do governo do Rio Grande do Sul), ainda é cedo para falar em perdas para as lavouras de soja, que estão na fase inicial e podem se recuperar se voltar a chover. "Soja é muito cedo, não tem problema nenhum, andou chovendo um pouco, ela foi molhada, continua paradinha (se desenvolvimento lentamente), mas não tem nenhum prejuízo", disse Dulphe Pinheiro Machado, gerente técnico estadual da Emater. "A soja define a vida em fevereiro", acrescentou ele.
 
Expressiva - No caso do milho, plantado mais cedo que a oleaginosa, a falta de chuva já causou perdas significativas. "É muito difícil falar em número (de perda) no milho, mas é expressiva", declarou. Alguns produtores trabalham com a possibilidade de plantar soja sobre as áreas perdidas de milho. Mas, segundo a Emater, sem chuvas esse plantio pode não ser feito dentro do prazo recomendado e coberto pelo seguro rural.

Fonte: Reuters

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