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SAFRA DE VERÃO: Nova estimativa reduz para 21% quebra causada pela estiagem

O levantamento de fevereiro indicava uma quebra de 23%. O prejuízo financeiro é estimado, em valores atuais, em R$ 3,42 bilhões


Publicado em: 27/03/2012 às 09:30hs

SAFRA DE VERÃO: Nova estimativa reduz para 21% quebra causada pela estiagem

A quebra na safra de verão 2011/12 no Paraná não deverá ser tão expressiva quanto se previa. Estimativa divulgada nesta sexta-feira (23/03) pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná indica que deverão ser colhidos 17,55 milhões de toneladas de grãos – o que representa uma quebra de 21% em relação aos 22,30 milhões esperados inicialmente. O levantamento de fevereiro indicava uma quebra de 23%. O prejuízo financeiro é estimado, em valores atuais, em R$ 3,42 bilhões.
 
Prejuízo menor - O relatório constatou redução nos prejuízos causados nas lavouras do milho da primeira safra pela estiagem que castiga o Estado desde o fim do ano passado. Juntas, as principais culturas de verão – soja, milho primeira safra e feijão da primeira safra – somam perdas de 4,8 milhões de toneladas. A soja responde por 71% desse volume.

Total - Apesar da queda de produção desta primeira safra, o levantamento realizado pelo Departamento de Economia Rural (Deral) aponta para uma safra total de grãos de 30,73 milhões de toneladas, a quarta maior da história do Estado.

Milho safrinha - O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, ressalta a importância da segunda safra de milho que está em curso. Ele lembra que o Paraná é um exportador e fornecedor de milho para os Estados vizinhos do Sul e Sudeste, além de importante produtor de frangos, suínos e bovinos de leite, grandes consumidores de milho. “Com a redução da produtividade na primeira safra, estamos de olho na segunda, que se tornou a principal em nosso Estado”, afirmou.

Safra de inverno
- Em relação à safra de inverno que se aproxima, Ortigara observa que embora o trigo apresente uma expectativa inicial de redução de área, a cultura ainda é de grande expressão omercial para os produtores paranaenses. “Estamos ampliando o Programa de Subvenção ao Prêmio de Seguro Rural, como instrumento mitigador de risco. Buscamos baratear os custos para o pagamento do prêmio de seguro, com vistas a melhorar a margem de renda dos produtores de trigo”, disse o secretário.

Área - Para o ano de 2012 o chefe do Departamento de Economia Rural (Deral), Francisco Carlos Simioni, prevê uma área de 871.750 hectares com trigo, o que representa uma diminuição de 17% em relação ao ano passado. Em condições climáticas normais a produção de trigo poderá superar em cerca de 2% o resultado da safra passada, atingindo um volume de 2,48 milhões de toneladas.

Tecnologia - De acordo com Simioni, os prejuízos resultantes da seca só não foram maiores graças ao empenho dos produtores paranaenses, que ano a ano vêm utilizando mais e novas tecnologias para o plantio e manejo das suas lavouras. “A utilização de sementes mais produtivas e práticas conservacionistas, como proteção do solo e da água, são algumas das recomendações da assistência técnica e pesquisa que estão sendo adotadas pelos agricultores em nosso Estado”, afirmou.

Culturas de verão – O levantamento do Deral informa que foram plantados 4,37 milhões de hectares de soja. A produção apontava para uma safra de 14,07 milhões de toneladas do grão. Com a estiagem, o volume esperado da cultura caiu para 10,71 milhões de toneladas, uma redução de 24%, que está resultando num prejuízo de R$ 2,78 bilhões aos produtores.

 Oeste  - A região mais prejudicada foi o Oeste, onde deixaram de ser produzidas cerca de 1,41 milhão de toneladas de soja. Na região Norte do Estado o volume perdido foi de 717 mil toneladas, seguida pelo Sudoeste, com 494 mil toneladas, e do Centro-Oeste com 325 mil toneladas. Nas últimas semanas a cotação da soja apresentou reações que podem reduzir em parte os prejuízos dos produtores paranaenses.

 Milho primeira safra  - O milho da primeira safra, plantado durante a primavera de 2011, também teve perda expressiva. A estimativa de produção, inicialmente de 7,60 milhões de toneladas, foi reduzida para 6,31 milhões, uma perda de 1,29 milhão de toneladas (17%). Os prejuízos financeiros apurados até o momento foram de R$ 492,9 milhões.

 Feijão  - Outro produto penalizado pela estiagem, conforme o levantamento técnico realizado pelo Deral, foi o feijão da primeira safra, que teve quebra de produção de 20%. A estimativa inicial, que era de 434.631 toneladas, foi reduzida para 348.410 toneladas – o que representa um prejuízo de R$ 152,78 milhões aos produtores. No caso do feijão, também, o aumento nos preços está compensando parte das perdas.