Publicado em: 04/12/2012 às 20:10hs
Os representantes dos produtores de tabaco do Sul do país (Federações dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de SC (Fetaesc), do Rio Grande do Sul (Fetag/RS) e Paraná (Fetaep), as Federações da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), de Santa Catarina (Faesc) e do Paraná (Faep) e a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra)) reuniram-se nesta segunda-feira (3) em Porto Alegre para negociar com as indústrias e apresentar nova proposta de reajuste do preço do tabaco às empresas fumageiras.
O percentual de reajuste solicitado pelos produtores foi de 8,25% na tabela do preço do tabaco. Este percentual é menor do que solicitado na 1ª rodada que foi de 9,6%. O custo de produção levantado entre os produtores dos três estados do sul do Brasil, que somam 95% é de R$14.054,50 por hectare. Os coeficientes técnicos analisados seguem metodologia reavaliada pela Universidade de Santa Cruz (Unisc) e acordada entre as indústrias e a representação dos produtores.
Nesta segunda rodada de negociação a Souza Cruz ofereceu 0,5% acima do valor apresentado no primeiro encontro, chegando ao percentual atual de 6,9%. Philip Morris ficou em 7%, Alliance One 6,3% e Universal Leaf, que não havia apresentado proposta na primeira reunião, apresentou 6%. Os percentuais de reajustes apresentados pelas empresas não ofereceram condições de acordo. A representação dos produtores espera que as empresas aceitem a proposta de reajuste de 8,25%, pois isto dará condições de assinatura de protocolo garantindo a sustentabilidade do setor.
Mais uma vez as empresas fumageiras frustraram os integrantes da Comissão Interestadual do Tabaco. Segundo o vice-presidente da Fetaesc, Luiz Sartor, mais uma vez é nítida a falta valorização das empresas com o setor, pois, o discurso habitual das mesmas se contradiz. “Falam em valorização do produtor, mas na hora de remunerar não são justos”, afirma.
A representação dos produtores está insatisfeita com as remunerações pagas pelas indústrias. “Queremos chegar a um valor justo, que cubra os custos e também dê algum lucro para os nossos agricultores e que não beneficie somente as empresas”, declararam os representantes das entidades dos produtores.
O cultivo de fumo é determinante para a agricultura familiar nos três estados do Sul. Por esta razão, além dos valores serem importantes para o mercado, certamente contribuirão para movimentar a economia dos três Estados neste final de ano.
Produção de tabaco no Brasil
A produção de tabaco no Brasil é responsável pelo sustento de mais de 168 mil famílias do meio rural e a cultura que oferece os melhores índices de rentabilidade. “São cerca de 260 mil empregos gerados diretamente no campo, que acreditamos que, se extintos, dificultariam a permanência do homem no campo, levando ao êxodo desordenado e a uma possível “favelização” rural e urbana”, destaca José Walter Dresch, presidente da Fetaesc.
Cenário Nacional - O tabaco brasileiro é o 3º produto agrícola da pauta de exportações primárias brasileiras. Também é o 6º produto mais exportado do agronegócio brasileiro e o 2º da pauta de exportações do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
No entanto, mesmo com toda esta relevância econômica, a produção é ameaçada por constantes medidas restritivas. O setor já sofreu com os impactos de medidas como a proibição do uso de ingredientes na fabricação de cigarros, como por exemplo, o uso de aromatizante.
Fonte: ASSESSORIA DE IMPRENSA FETAESC
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