Publicado em: 08/08/2012 às 12:40hs
Ele estima que podem ser perdidos 70 milhões de toneladas de milho e 20 milhões de toneladas de soja. “Os próximos dias serão cruciais para a definição da quebra. Porém, comparação com a safra de 1988, a última a ter perdas elevadas, mostra que a situação é muito parecida. E isso é extremamente preocupante”, ressaltou. A avaliação foi feita ontem, durante a abertura do II Congresso da Associação dos Distribuidores de Insumos Agropecuários (Andav), em São Paulo.
No começo do mês passado, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projetou uma colheita de milho de 329,5 milhões de toneladas. No caso da soja, a estimativa oficial indicava uma produção de 83,01 milhões de toneladas. O USDA deve apresentar suas novas projeções até o final desta semana, pelo menos essa é a expectativa do mercado.
“A fragilidade do sistema de abastecimento de grãos dos Estados Unidos está colocando em risco o mercado global de alimentos”. A afirmação foi do ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, que também esteve presente na abertura do Congresso.
Para Rodrigues, a atual quebra da safra norte-americana de grãos coloca em alerta a própria economia mundial. “O governo dos Estados Unidos está com um dilema nas mãos: ou desacelera o programa de etanol à base de milho ou compromete muito a oferta de proteínas animais, especialmente carne de frangos, suínos e bovinos.
Tanto Roberto Rodrigues quanto Alexandre Mendonça de Barros acreditam que serão necessárias mais de duas safras para a recuperação dos estoques norte-americanos. “E isso se as condições climáticas forem ideais”, acrescentou o ex-ministro da Agricultura.
Barros mostrou que, por outro lado, a agricultura brasileira passa por um momento fantástico, com preços do milho e da soja em níveis excelentes para os produtores rurais o que contribui para a expansão da produção de milho e soja na safra 2012/13, que começa com o cultivo da soja, em Mato Grosso, a partir da segunda quinzena de setembro.
Anteontem, em seu primeiro levantamento sobre a área de transgênicos para 2012/13, a consultoria Céleres estimou uma área total de plantio no Brasil de 23,14 milhões de hectares e uma produção de 78,10 milhões de toneladas, longe das 80 milhões estimadas por vários analistas nacionais nas últimas semanas.
OPORTUNIDADE - Em função do novo cenário analistas, em Mato Grosso, correm para refazer as contas e redimensionar a nova temporada do maior produtor brasileiro de soja.
Mato Grosso, líder nacional na produção de grãos e carne bovina, já ostenta posição de destaque internacional ao participar em 2011/12, com 9% do volume mundial.
Com as novas projeções que deverão ser apresentadas nos próximos dias, o Estado quer ampliar sua participação de 33% no total nacional da commodity e, para isso, o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) está em campo para reavaliar o impacto da seca nos Estados Unidos e a consequente alta das cotações, fatores que por si só poderão levar – e são os indutores da nova projeção nacional – à expansão da área plantada no Estado.
Como explicam os analistas do Imea, Mato Grosso tem estimado até o momento a produção de 23 milhões de toneladas na safra 2012/13, aumento de 7,7% em relação à 2011/12, em uma área de 7,4 milhões de hectares.
Fonte: Diário de Cuiabá
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